Há muitos mitos à volta do azeite e das suas características qualitativas, nomeadamente a acidez, que não é detetável ao provar, ou mesmo a cor, que não tem grande influência na valorização, tal como não tem a fluidez, ou densidade. Por isso, na opinião de Francisco Ataíde Pavão, o trabalho tem de começar na educação do consumidor para que este aprenda a diferenciar e valorizar este produto tão português.

Licenciado em Engenharia Agronómica e Agricultura Sustentável, com Pós-Graduação em Olivicultura e Azeitona de Mesa pelo ISA, Francisco Pavão é um nome incontornável quando se fala de olival e azeite em Portugal. Presidente da direção da APPITAD – Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-osMontes e Alto Douro – desde a sua fundação é também diretor da Yep Young Extra Virgem Olive Oil Producers, assim como gestor técnico da Trás-os-Montes Prime Lda. e da exploração Agrícola Casa de Santo Amaro, entre outros cargos. Foi ele o convidado de José Martino para o Agromeeting da Espaço Visual dedicado ao tema “O Olival Tradicional Português: o caso de Trás-os-Montes e Alto Douro”.

Da apresentação do orador há muitos dados importantes a reter sobre a caracterização do olival nacional e de Trás-os-Montes, as ameaças e as oportunidades que apresenta(m).

Portugal tem cerca de 130 mil olivicultores e na ordem dos 377 mil hectares de olival, o que dá uma média de cerca de 3 hectares por olival, obviamente variável de região para região.

O olival pode ser tradicional, sobretudo compostos por variedades tradicionais, como a ‘Galega Vulgar’, ‘Cobrançosa’, ‘Cordovil de Serpa’, ‘Madural’ e ‘Verdeal de Trás-os-Montes’, e de alta densidade, aí com outras cultivares. Existem cerca de 500 lagares em funcionamento, de norte a sul do país, e neste momento o Alentejo é a principal região produtora, com cerca de 77% da produção nacional (resultado dos muitos hectares de regadio) seguido de Trás-os-Montes, com 11% e da Beira Interior e Ribatejo com 6% respetivamente (…).

→ Leia o artigo completo na edição de janeiro 2023 da Revista Voz do Campo.

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