Casa do Arroz, revela técnicas inovadoras e destaca a resistência do arroz em face da salinidade
“Novas técnicas de cultivo podem ser a chave para aumentar a área de produção de arroz no futuro”, afirma Pedro Monteiro, presidente da Casa do Arroz, em entrevista exclusiva à Revista Voz do Campo. Nesse diálogo, Monteiro compartilha as suas experiências com técnicas inovadoras, como a sementeira enterrada e a rega gota-a-gota, que visam otimizar o uso de água e pesticidas no cultivo do arroz.
Pedro Monteiro, presidente da Casa do Arroz“Ao explorarmos a tecnologia aplicada ao arroz, não estamos restritos apenas à gestão da água e dos pesticidas, mas também estamos investigando diferentes métodos de sementeira, seja a seco ou por meio da técnica de rega gota-a-gota”, revela Pedro Monteiro. “Não estamos parados, mas mesmo da maneira tradicional já conseguimos reduzir para metade a quantidade de água utilizada em comparação com há 50 anos atrás”, acrescenta.
O arroz aguenta-se bem neste cenário de seca
Em relação aos desafios impostos pela seca, o presidente da Casa do Arroz destaca a vantagem de a cultura ser realizada em regiões próximas dos estuários do Mondego, Tejo e Sado. “O arroz aguenta-se bem neste cenário de seca porque a nossa produção é feita perto dos estuários, onde há água do rio. Felizmente, temos tido sempre água disponível nos rios, embora, em alguns momentos, essa água possa apresentar maior salinidade devido à redução do caudal”, explica e ressalta que certas variedades de arroz são mais resistentes à salinidade, proporcionando uma vantagem adicional aos produtores.
“Não dependemos apenas de barragens, mas sim da água dos rios. Enquanto houver água nos rios, poderemos continuar produzindo arroz”, admite o dirigente. “Além disso, a presença do arroz contribui para o controle térmico nos canteiros, mantendo uma temperatura adequada tanto durante a noite quanto durante o dia. Isso também ajuda a manter áreas húmidas, evitando que se tornem pântanos ou desertos”, completa.
A noção de que o arroz consome uma quantidade excessiva de água é um equívoco
Ao abordar a grande quantidade de água necessária para a cultura do arroz, Pedro Monteiro rebate esse equívoco. “A água utilizada nos canteiros não é apenas para o consumo da cultura. Ela segue seu caminho natural, voltando para os rios e, por fim, para o mar. Portanto, a noção de que o arroz consome uma quantidade excessiva de água é um equívoco”, afirma o presidente da Casa do Arroz.
Diante das palavras do nosso entrevistado, fica evidente que a cultura do arroz está a passar por um processo de modernização e adaptação às necessidades atuais. Através de técnicas inovadoras.