SUSANA F.J. SILVA1 *, ANA AUGUSTO1, JOANA SILVA1, CARINA FÉLIX1, DÉLIO RAIMUNDO2, DIOGO DUARTE2, MARCO LEMOS1

1 MARE-MARINE AND ENVIRONMENTAL SCIENCES CENTRE & ARNET—AQUATIC RESEARCH NETWORK ASSOCIATED LABORATORY, ESTM, POLYTECHNIC OF LEIRIA, 2520-641 PENICHE, PORTUGAL

2CAMPOTEC IN, SILVEIRA, 2560-393 TORRES VEDRAS, PORTUGAL

*CONTACTO: SUSANA.J.SILVA@IPLEIRIA.PT“An apple a day keeps the doctor away” – a validade desta expressão empírica reúne cada vez mais evidências. Diferentes alimentos de origem vegetal têm sido reconhecidos como fonte de compostos funcionais que contribuem para a saúde humana, os fitonutrientes.

Este conceito está incorporado na perceção do consumidor e alinhado com recomendações nutricionais. A campanha “five a day” do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido promove o consumo de 5 doses diárias de fruta e vegetais. Resultados de ensaios clínicos realizados no âmbito do “American Gut Project” originaram a recomendação “30 a week” que promove a ingestão semanal de 30 plantas diferentes. A FAO recomendou, em 2021, a ingestão diária de 400g de fruta e vegetais (FAO, 2021). Os benefícios de frutas e vegetais para a saúde estão também na base de diversas campanhas de marketing de diferentes produtos que evidenciam o potencial funcional de diferentes frutas e vegetais. A funcionalidade de algumas destas substâncias tem suporte regulamentar na base de dados de alegações de saúde da União Europeia, que estabelece requisitos e informação autorizada na comunicação ao consumidor de benefícios para a saúde de determinados alimentos. Na Tabela 1 são apresentados alguns exemplos de substâncias presentes em alimentos de origem vegetal com alegações de saúde autorizadas associadas.Muitas outras substâncias, ainda não incluídas nesta lista têm acumulado evidências in vitro e in vivo de contribuir para a saúde do consumidor.

A maçã (Malus domestica) é uma fruta amplamente consumida na Europa, acessível à maioria da população, de elevada conveniência e estável à temperatura ambiente, sendo uma das principais produções frutícolas nacionais. Em Portugal, no período de 2021/2022, o consumo médio anual de maçã por habitante foi de 31,3 kg, sendo este o fruto mais consumido por habitante (INE, 2022). Este fruto acumula uma variedade de compostos, como os carotenoides e polifenóis, que são referidos em diversos estudos como potencialmente benéficos para a saúde, ao promoverem a capacidade antioxidante e níveis mais baixos de marcadores de peroxidação de lipoproteínas, podendo contribuir para a prevenção do stress oxidativo relacionado com doenças em humanos (Bacchetti et al., 2019; Miyake et al., 2021), justificando o ditado que dá mote a este texto, “an apple a day, keeps the doctor away” (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo, edição de outubro 2023.