O período adequado para a realização da poda deverá ser após a queda de pelo menos 50% das folhas e do seu amarelamento.

A poda é uma técnica que consiste na remoção de partes vegetativas das árvores. Esta técnica permite controlar o vigor, melhorar a circulação de ar, bem como a penetração de luz na copa, diminuir a incidência de doenças, regularizar a produção e melhorar a qualidade dos frutos.

Mas como podemos avaliar a percentagem de incidência da poda e qual o método a utilizar? Para responder a esta questão, devemos refletir sobre as características do nosso pomar, como a variedade e os seus hábitos de frutificação, porta-enxerto, solo, clima, idade do pomar. E no final da colheita devemos avaliar o histórico de produções e as análises de qualidade dos frutos. É muito importante ter estes dados por setor, para ser possível fazer a diferenciação de poda de setor para setor e retirar o melhor potencial de cada local.

Após a queda das folhas onde ocorreu migração de nutrientes, devem ser analisadas as reservas de amido e arginina. Deste modo, podemos comprovar a existência de reservas e nutrientes que serão utilizados pelas plantas para o seu crescimento e desenvolvimento na próxima temporada. Geralmente pomares com níveis de reservas baixos, necessitam de uma maior intensidade de poda e em sentido contrário pomares com elevadas quantidades de energia e nutrientes deverão sofrer uma intensidade de poda menor, entre 10 % e 15%. Com estes parâmetros o objetivo é encontrar para cada projeto um equilíbrio do nível de reservas para manter o seu potencial produtivo.

Muitas vezes observamos árvores que produzem frutos junto à periferia, observando uma grande quantidade de madeira morta no interior ou madeira frágil, com folhagem de baixa capacidade fotossintética. Resumindo são plantas onde o rácio fruta-madeira é baixo, tornando estes pomares pouco eficientes energeticamente, sendo que para manter grandes estruturas produtivas é necessário um elevado gasto energético.  Nestes casos o objetivo é aumentar a penetração da luz e levar a produção para mais próximo do centro da árvore onde o custo energético é menor. Devemos fazê-lo de forma mecânica e com uma rotação a 3 ou 4 anos.

Para além da poda mecanizada podemos realizar uma poda, mais seletiva, eliminando ramos específicos

Esta prática consiste na remoção de ramos secos, doentes, danificados ou cruzados. Esta intervenção ajuda a melhorar a entrada de luz e circulação de ar, prevenindo o desenvolvimento de doenças, fomentando uma floração mais abundante e saudável. Além disso, é recomendado a realização da poda de frutificação, que consiste na retirada de ramos mais antigos e improdutivos para estimular o aparecimento de novos ramos e frutos (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo, edição de novembro 2023.

Manuel Machadinha – EasyNut Tecnologia