As raízes suportam as plantas no solo, absorvem água e nutrientes. Também exsudam compostos orgânicos, que contribuem, entre outros, para reduzir o risco de toxicidade nas plantas de alguns elementos no solo, como o alumínio e manganês. Além disso, alteram o solo na rizosfera e contribuem, diretamente, ou indiretamente pela formação de associações micorrízicas, para o aumento da disponibilidade de água e nutrientes para as plantas, como sejam o fósforo e o azoto.

As espécies vegetais e cultivares apresentam raízes com diferentes características morfológicas, designadamente o comprimento, diâmetro, área e o volume radicular. Também, as diferentes doses de fertilizantes aplicados ao solo, os teores de nutrientes no solo e na planta, a disponibilidade de água no solo, variáveis climáticas (por exemplo, precipitação e temperatura), a presença de metais pesados e outros contaminantes no solo como os microplásticos, a presença de parasitas, etc., podem afetar as variáveis morfológicas das raízes. Por isso, torna-se necessário entender a dinâmica do crescimento radicular. Isso é possível pela avaliação do sistema radicular através de métodos destrutivos, escavando o solo. Porém, nem todas as raízes são recuperadas do solo, especialmente as mais finais. Desta forma, sempre que possível, as avaliações do sistema radicular devem ser realizadas usando métodos não destrutivos, como o mini-rizotrão.

Nesta técnica/metodologia, abre-se no solo um buraco, usando equipamento adequado, idêntico a uma sonda de colheita de solo, e nele se insere um tubo transparente, normalmente numa inclinação de 45º, em relação a superfície do solo. De referir que os tubos podem ser inseridos em outros ângulos, 30º ou 90º, mas aquela inclinação é a preferencial. A profundidade de inserção do tubo varia, dependendo da distribuição e profundidade do sistema radicular no perfil do solo. Por este motivo, os tubos podem ter dimensões diferentes, variando entre os 60, 80 ou 100 cm, sendo estes os mais utilizados. O número de tubos, por área a ser avaliada, ou por planta (por exemplo, em fruteiras), também varia, recomendando-se dois por repetição, ou seja, duas plantas. Recomenda-se, ainda, a inserção dos tubos no solo alguns meses antes das primeiras observações do sistema radicular (por exemplo, 6 ou 12 meses antes). Ao longo do tempo, o solo vai-se acomodando à superfície externa do tubo. Porém, em alguns sistemas culturais de ciclo mais curto, como as hortícolas, as observações devem-se iniciar antes dos meses acima indicados (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo: edição de dezembro 2023

Autoria:

Professor Gustavo Brunetto
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil brunetto.gustavo@gmail.com @brunettogustavo Grupo de pesquisa: GEPACES- www.gepaces.com.br @gepacesufsm

Investigadora Corina Carranca
Instituto Nacional de Investigação, I.P (INIAV) Unidade de Ambiente e Recursos Naturais, Oeiras, Portugal