O auditório da Câmara Municipal do Cadaval recebeu, no dia 15 de dezembro do passado ano, o Balanço de Campanha da Pera Rocha, que contou com a organização do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) e a colaboração da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).

Nesta sessão, a ANP divulgou os dados da campanha da Pera Rocha de 2022/2023, relativos à colheita, exportações, DOP e calibres.

Em 2022 a colheita de Pera Rocha registada pelos associados da ANP foi de 123 744 toneladas, registando uma quebra significativa em relação ao ano de 2021, em que a produção entre os associados atingiu o valor recorde de 216 390 toneladas. Esta quebra decorreu da escassez de precipitação e das altas temperaturas registadas no final do ciclo produtivo, e que tiveram um impacto negativo no crescimento dos frutos, resultando em calibres mais baixos relativamente ao ano anterior. A mesma tendência de diminuição da produção verificou-se em 2023, ano em que foram colhidas cerca de 107 mil toneladas entre os associados da ANP, valor que representa uma quebra de 13% relativamente a 2022. Embora as perdas entre 2022 e 2023 representem menos 16,5 mil toneladas, a situação torna-se indiscutivelmente preocupante quando se compara os dados de 2021, com uma quebra na produção na ordem do 51%.

Estimando-se que os associados da ANP representam 89% da produção a nível nacional, calcula-se que em 2023 a produção nacional de Pera Rocha tenha sido de cerca de 119 mil toneladas, constituindo esta produção o segundo pior ano desde 2010.

De acordo com a ANP, estes resultados devem-se às condições climáticas adversas durante o ciclo produtivo, com temperaturas anormais, escassez de precipitação e o escaldão na primeira semana de agosto, que afetaram o vingamento e desenvolvimento dos frutos, potenciam a elevada incidência de doenças como o fogo bacteriano e a estenfiliose (também conhecida pela doença das manchas castanhas) e danificaram muitos frutos. Conjuntamente a estes fatores, a diminuição de substâncias ativas autorizadas no combate a pragas e doenças dificultaram a produção já num ano cujas expetativas de produção esperadas eram baixas (…).

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