Num recente seminário sobre Exportação no Agroalimentar do Algarve, Ana Paula Carvalho, Subdiretora da Direção Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV), destacou os desafios que os produtores portugueses enfrentam ao expandirem para mercados internacionais.

A subdiretora da DGAV explicou que o processo de exportação envolve uma cuidadosa navegação pelas regulamentações fitossanitárias estabelecidas por convenções internacionais, como a Organização Mundial de Comércio (OMC). A crescente ênfase na proteção contra pragas e doenças, especialmente em países exigentes como a China e o Japão, complica significativamente o acesso a novos mercados. Ao mencionar a abertura de 67 mercados desde 2012, Carvalho ressaltou a importância da colaboração entre entidades governamentais, como a AICEP e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, na facilitação de acordos bilaterais. Ela enfatizou que a promoção e a manutenção da qualidade do produto são cruciais para o sucesso da exportação. No entanto, os desafios persistem, com negociações políticas, contenciosos com a União Europeia e questões técnicas atrasando acordos com países como o Brasil para a exportação de citrinos. Ana Paula Carvalho também apontou a necessidade de infraestruturas adequadas para cumprir as exigências dos países terceiros, como tratamentos térmicos e em frio.

A importância de uma fileira organizada

Ana Paula Carvalho considera ainda a importância de ter em linha de conta a parte da organização da produção, apelando a uma fileira organizada de modo a conseguirmos entrar em quantidade e qualidade em novos mercados. A subdiretora da DGAV encerrou sua comunicação mencionando a expectativa da assinatura iminente de protocolos com a Tailândia e a China para a exportação de peras, aguardando apenas a aprovação do Governo chinês. Isso destaca a persistência e a complexidade envolvidas no processo de exportação agroalimentar, evidenciando a necessidade de estratégias sólidas e contínuo investimento para enfrentar os desafios do comércio internacional.

 

No seminário “Exportação no Agroalimentar do Algarve”, realizado em dezembro último, participaram ainda as organizações de fileira, PortugalFoods e Portugal FRESH com a apresentação das respetivas estratégias de internacionalização em vigor, enquanto a AICEP Portugal Global abordou temáticas de interesse sobre mercados de exportação.

José Apolinário, Presidente da CCDR-Algarve e António Pina, Presidente da AMAL deram inicio à sessão, que terminou com um debate entre representantes dos programas operacionais #Algarve2030, #PEPAC e #mar2030 e empresários de empresas algarvias representativas da #hortofruticultura, flores e plantas ornamentais e das #pescas / #aquacultura, moderado pelo então Diretor Regional da DRAP Algarve, Pedro Valadas Monteiro.

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