Quando falamos de certificação, geralmente associamos a papéis, burocracia e exigências. E não deixa de ser verdade! As certificações estão muito assentes em procedimentos, instruções de trabalho e registos. No entanto, a chave para que todo esse processo faça sentido está em transformar estas exigências em benefícios tangíveis para as empresas.

Um procedimento só é benéfico se for simples, compreensível, realista e deixar claro o que precisa de ser feito para alcançar a conformidade. Ao implementar procedimentos desta forma, estabelecemos uma metodologia coesa, uniforme e consistente, onde os colaboradores desempenham exatamente o que é necessário. Isto, só por si, é uma vantagem inegável para as empresas.

Da mesma forma, os registos só fazem sentido se ajudarem a garantir que os procedimentos são implementados de forma consistente, criando um histórico valioso e fornecendo suporte para a tomada de decisões. Quando as empresas percebem que os registos de certificação podem fornecer informações valiosas para aperfeiçoar as suas operações, passam a ver a certificação como uma aliada e investem os recursos necessários para otimizar sua conformidade.

A NATURALFA enfrenta o desafio de mostrar às empresas que certifica que a certificação pode ser uma parceria estratégica. A certificação não deve ser encarada apenas como uma obrigação, mas como uma aliada para o crescimento das organizações.

É nossa responsabilidade destacar os benefícios da certificação, não apenas em termos de oportunidades comerciais e conquista de novos mercados, mas também em relação aos benefícios indiretos frequentemente subestimados. Por exemplo, um operador agrícola certificado pela NATURALFA, que anteriormente era relutante em manter os registos mensais de consumo de eletricidade para cumprir com um requisito da norma GLOBALG.A.P., acabou por identificar uma economia significativa ao descobrir um contador elétrico que registava consumos nos meses de inverno, apesar de não utilizar energias. Este exemplo ilustra como procurar cumprir com requisitos aparentemente simples pode resultar em grandes benefícios, como a redução de custos.

Existem muitos outros exemplos semelhantes, mas o cerne da certificação reside nos princípios fundamentais que beneficiam as organizações:

  • Auditoria: A auditoria é um processo de avaliação que deve ser realizado por pessoas independentes para concluir se a organização cumpre com determinados referenciais a que se propõe. Os auditores assumem nesta fase um papel crucial, porque podem ter uma atitude pedagógica e esclarecedora no sentido de incentivarem à evolução e ao crescimento das empresas.
  • Imparcialidade: A certificação deve ser conduzida de forma imparcial e objetiva. Os auditores e outras pessoas envolvidas na decisão de um processo de certificação devem ser independentes e não podem ter interesses diretos no resultado da certificação, nem podem beneficiar determinada pessoa ou Organização.
  • Competência: Os auditores devem ser competentes e qualificados para realizar avaliações precisas e justas. A NATURALFA aposta fortemente na formação dos seus auditores e na aquisição de competências técnicas e pessoais para realizarem auditorias profissionais e éticas.
  • Transparência: O processo de certificação deve ser transparente, o que significa que as partes interessadas devem ter acesso às informações relevantes sobre o processo de certificação. Na NATURALFA os resultados das auditorias e o resultado da certificação são comunicados de imediato para que seja dada a oportunidade de clarificação e melhor entendimento das ações a tomar.
  • Consistência: O processo de certificação deve ser consistente ao longo do tempo. Ou seja, as empresas ou operadores devem ser avaliados da mesma forma, independentemente do auditor ou da empresa.
  • Melhoria Contínua: A certificação incentiva a melhoria contínua. As auditorias permitem identificar desvios e aspetos a melhorar. A certificação é por excelência a ferramenta que desenvolve o potencial das empresas, através da melhoria de processos.
  • Manutenção da Certificação: Após a primeira certificação, é necessário manter a conformidade para manter a certificação. Normalmente, a certificação requer auditorias com determinada frequência, por exemplo, anualmente.

Esses princípios garantem que a certificação seja um processo confiável e válido para reconhecer organizações com padrões de qualidade, segurança, desempenho ou competência em uma determinada área. Curiosamente, estes princípios também são fundamentais para o sucesso das empresas.

Portanto, porque não ver a certificação como uma aliada para resultados empresariais em vez de apenas um requisito imposto pelos clientes?

Na NATURALFA, à medida que aplicamos esses princípios na nossa organização, passamos a valorizá-los cada vez mais. Quando melhoramos os nossos processos, os resultados dos nossos clientes também melhoram, e a forma como eles percecionam os nossos serviços torna-se mais satisfatória. Adotamos uma abordagem proativa, identificando falhas e pontos de melhoria em conjunto com os nossos clientes, aperfeiçoando a nossa comunicação e disponibilizamos informações úteis.

Seguimos juntamente com os nossos clientes em prol da certificação e dos seus benefícios!

Autoria: Liliana PerestreloCEO | NATURALFA

→ Este e outros artigos na Revista Voz do Campo: edição de janeiro 2024