Tudo começou em 1991, no Fundão (Cova da Beira), com as primeiras plantações de framboesas e amoras.
Foi com visão que a Beirabaga, especialista na produção de pequenos frutos, soube olhar para baixo e ver um solo capaz de fazer nascer e crescer pequenos frutos com um grande sabor e que naquela altura, num país que, apesar de ter condições climáticas propícias, não consumia estes frutos. Hoje, para além das framboesas e amoras, dedica-se também aos mirtilos e a uma pequena produção de groselhas e expandiu-se para outras zonas do país ao adquirir explorações no Algarve (Tavira) e Costa Vicentina (Odemira).
Foi num pomar de mirtilos em Alpedrinha que David Horgan, o gestor de produção, recordou à nossa reportagem que no início, muito por desconhecimento dos consumidores em Portugal, quase toda a produção começou por ir além-fronteiras, foi necessário desbravar um grande caminho no mercado nacional, mas “sempre acreditámos que, mais cedo ou mais tarde, o nome Beirabaga iria entrar também na casa dos portugueses”. Com uma área de 60 hectares, repartida pelas três zonas de produção, a maior parte das culturas é produzida em vasos.
Diz o gestor, que no caso da framboesa e amora ao produzir em vaso as grandes vantagens estão na precisão e eficiência do uso de água e em conseguir programar as épocas de produção.
“Desenvolvemos uma planta e quando ela atinge o seu crescimento, podemos levar as plantas para câmaras de frio para que acumulem as horas de frio necessárias para quebrar a dormência. Deste modo, plantamos quando necessário e com produções estáveis durante todo o ano, ou seja, conseguimos calcular a produção que queremos e planear as plantações para que tenhamos sempre esse volume de produção”, explica.
Com as diferentes variedades com que a empresa desenvolve atividade vão testando técnicas de produção sempre com objetivo de aumentar a eficiência, tendo em conta os contínuos aumentos dos custos de produção. “Nos últimos anos, com a inflação, os custos de produção aumentaram e é imperioso testar novas técnicas de produção e continuamente testar nova genética”, defende o gestor.
NATURALFA – um parceiro na certificação da Beirabaga
Sobre o mercado, David Horgan afirma que cada vez há mais exigências, com o consumidor a estar cada vez mais informado sobre o que está a consumir. Conscientes desta exigência e tendência, foi há mais de uma década que entrou na Beirabaga a NATURALFA, o parceiro na certificação agroalimentar.
“Não basta dizer que estamos a produzir produtos de excelência, convém que isso esteja demonstrado com um selo como garantia de uma entidade externa, neste caso a NATURALFA. Para além disso, já não é suficiente para o consumidor a qualidade final do fruto, mas a forma como o agricultor lá chegou”, partilha David Horgan.
À nossa conversa, juntou-se Liliana Perestrelo, sócia-gerente da NATURALFA, que vê com agrado a evolução da dimensão que a Beirabaga atingiu, dando respostas com certificações como o GLOBALG.A.P, Produção Integrada, Agricultura Biológica, GRASP e ZERYA® (Agricultura sem Resíduos). Cabe à NATURALFA realizar auditorias através de auditores qualificados que se deslocam às explorações e que controlam determinados critérios que os produtores propõem cumprir. Critérios esses que passam pela segurança alimentar, sustentabilidade e responsabilidade social. De acordo com Liliana Perestrelo, “a NATURALFA tem de estar em constante formação porque as normas de certificação estão em constante alteração adaptando-se ao mercado, às novas tendências, e às exigências dos consumidores”. A mesma responsável, adianta ainda que ultimamente um dos temas que tem sido bastante focado em todas as normas e de uma forma transversal é a questão da sustentabilidade, e aí os agricultores têm de adotar as práticas de sustentabilidade.
David Horgan reforça que, a NATURALFA “acaba por servir não só como uma entidade que nos dá esse selo de garantia, de que estamos dentro dessas normas, como nos apoia nas várias dúvidas que vão surgindo para conseguir chegar ao patamar de ter essas certificações”.
Ao terminar, Liliana Perestrelo regista com satisfação que há agricultores que encaram a certificação necessária. “Se os agricultores estiverem informados e tiverem a visão da importância da certificação, vão implementá-la de uma forma mais estruturada e consistente”, finaliza.
A NATURALFA tem como missão acrescentar valor aos produtos dos seus clientes, através do controlo e certificação forma a garantir que os referenciais de certificação estão a ser cumpridos.
→ Saiba mais em: www.naturalfa.pt
→ Reportagem publicada na Revista Voz do Campo: edição de março 2024