Durante uma visita à unidade de embalamento da Frutas Martinho, situada em Silves, no coração da produção citrícola nacional, a reportagem Voz do Campo acompanhou Martinho Santos, diretor geral da empresa, que em visita guiada às instalações, nos demonstrou a meticulosidade e compromisso com a qualidade e excelência em todas as etapas do processo de receção, embalamento e expedição da fruta.

O primeiro passo nesse percurso é a receção do produto vindo diretamente do campo. Aqui, é realizada uma rastreabilidade minuciosa, que passa pela identificação precisa do produto. Cada fruta recebe um “bilhete de identidade”, contendo informações como a data de colheita, o lote, a equipa de apanha, entre outros detalhes relevantes. Essa prática não só garante a qualidade do produto final, mas também assegura a sua procedência, sendo uma exigência tanto para a produção própria da Frutas Martinho quanto para os produtores parceiros da empresa.

Após a receção, é feita uma análise visual detalhada, onde se verifica a qualidade da fruta quanto à sua coloração, calibre predominante e possíveis sinais de pragas. Essa inspeção rigorosa é crucial para garantir que apenas a fruta de melhor qualidade siga para as etapas seguintes do processo.

Eficiência e precisão na linha de embalamento

Em seguida, adentramos à linha de embalamento, onde três robôs trabalham incessantemente para garantir a eficiência e a precisão na embalagem dos produtos. Aqui, é importante destacar que parte da produção é armazenada em frio para preservar a sua frescura e qualidade até ao momento da expedição. Um exemplo prático desse cuidado e constatado no momento, é a preparação da laranja que segue por exemplo para França via contentor frigorífico. O processo logístico é impressionante: a fruta colhida hoje estará nos mercados franceses em apenas 48 horas, percorrendo uma viagem de cerca de 3 mil quilómetros.

Máximo aproveitamento do produto

Na zona de embalamento, máquinas calibradoras separam a fruta de acordo com o diâmetro e o peso, destinando-a a diferentes tipos de mercado. Aqui, é feita uma distinção entre a fruta comercializável em fresco e aquela destinada à indústria, garantindo um aproveitamento máximo do produto, mesmo quando não atinge os padrões comerciais ideais.

O embalamento segue critérios rigorosos, levando em consideração não apenas o calibre, mas também a cor, a ausência de defeitos e os aspetos organoléticos da fruta. Análises laboratoriais são realizadas para verificar o grau brix e a acidez, garantindo que apenas frutas maduras e saborosas cheguem aos consumidores.

No final do processo, na zona de expedição, o produto é refrigerado e cuidadosamente preparado para o transporte. Toda a documentação é organizada e verificada para garantir a conformidade com todas as normas e regulamentos exigidos.

Boas perspetivas de futuro

Para Martinho Santos há que continuar a produzir com qualidade, e por isso mesmo adianta-nos querer de futuro mais investimento na produção e alargar os campos produtivos. Por sua vez, a nível da unidade de embalamento, refere o responsável que o foco será cada vez mais acompanhar a modernização e estar sempre a par da última tecnologia (…).

→ Mais desenvolvimento na Revista Voz do Campo: edição de fevereiro 2024