Ao longo das edições, qual tem sido a evolução da Macfrut e quais são as estratégias da organização?

A Macfrut distingue-se por ser a única feira do setor no panorama dos eventos internacionais especializados em frutas e legumes. O nosso carácter distintivo é a nossa força porque nos torna únicos. A nossa peculiaridade reside no facto de termos um negócio combinado, que continua a ser um ativo central, juntamente com o “conhecimento” que se traduz numa dúzia de salões temáticos sobre as tendências e os rumos do setor coordenados por uma equipa de especialistas, a que se juntam uma centena de encontros que se desenrolam ao longo dos três dias da feira. Se quer conhecer as tendências, as novidades, os novos produtos, as inovações tecnológicas e de embalagem, tem de vir à Macfrut. Ver para crer, de 8 a 10 de maio, no Centro de Exposições de Rimini.

Quais são os objetivos da Macfrut 2024?

Os objetivos da Macfrut 2024 giram em torno da inovação e da internacionalização de toda a cadeia de abastecimento. Em particular, pretendemos oferecer uma orientação comercial, essencial para uma feira internacional, graças também aos encontros programados entre expositores e compradores de todo o mundo, realizados meses antes do evento por uma equipa especializada. Com o nosso programa de eventos, queremos garantir conteúdos de alta qualidade através da colaboração com especialistas internacionais. A Macfrut é o evento agroalimentar mais importante do nosso país e um dos mais importantes da Europa.

Este ano, o produto principal são as uvas de mesa. Porquê? Como é que vai ser abordado? Estarão representados todos os países produtores de uvas de mesa?

As uvas de mesa representam uma das excelências das frutas e legumes Made in Itália. O foco neste produto deriva da tendência de crescimento da produção global, estimada em 5,7%, para um total de 28 milhões de toneladas. A Europa, em particular, poderá registar um aumento de 14%, graças sobretudo a novas vinhas e variedades, especialmente em Itália. A Itália está no topo da produção e das exportações europeias, com cerca de 1 milhão de toneladas de uvas, principalmente da Apúlia e da Sicília. Os principais mercados de comercialização do produto são a Alemanha com 35%, a Itália com 30%, a França com 20% e os restantes 15% noutros países da UE e fora da UE. (Fonte de dados: Apeo). A Macfrut vai também acolher o Simpósio da Uva de Mesa, um evento dedicado aos operadores da cadeia de abastecimento da uva de mesa, que abordará temas como a inovação, a proteção das variedades, as técnicas de propagação, a agricultura de precisão, a gestão do mercado e as preferências dos consumidores. Representantes de empresas da África do Sul, Peru e Espanha fornecerão informações sobre tendências de mercado, modelos de produção, inovação de produtos e estratégias de negócio.

Quais são as novidades e os destaques que os participantes podem esperar da edição de 2024?

São muitas, a começar pela estreia do Innovation Hub For Healthy Food Exhibition, dedicado a produtos sustentáveis e tecnologias de processamento de alimentos funcionais. Também nova é a Exposição Agrivoltaic by Key, em colaboração com a Key – The Energy Transition Expo, que explora as oportunidades de integração da produção agrícola com a geração de energia fotovoltaica, em linha com os objetivos de descarbonização do país. E, mais uma vez, um foco global será dedicado à cadeia de fornecimento de viveiros, a área Plant Nursery, que também acolherá o International Rootstocks Symposium (IRS). O evento internacional de biosoluções está a crescer rapidamente, tornando a Macfrut, com cerca de sessenta expositores, o evento mais importante da Europa em termos de produtos naturais para a defesa, nutrição e bioestimulação das plantas. Por último, algumas confirmações importantes, como a Spice & Herbs Global Expo, dedicada às especiarias, ervas aromáticas e medicinais, e a Pianeta Rosso, sobre a cadeia de abastecimento do tomate. O Acqua Campus também se centrará nas inovações e tecnologias de poupança de água e nas áreas dinâmicas em dois campos de ensaio em outros tantos pavilhões de exposição.

A menos de dois meses do evento, qual a adesão dos participantes?

A dois meses do evento, podemos dizer que a afluência de participantes é prometedora. O nosso objetivo é crescer cada vez mais, sobretudo na qualidade dos expositores e dos visitantes, numa perspetiva cada vez mais internacional. Do ponto de vista da área de exposição, teremos um novo aumento de 20% em relação a 2023, com a adição de um pavilhão e a presença de muitos novos países, incluindo: Ruanda, República Democrática do Congo, Namíbia, Togo, Bulgária, Azerbaijão, Turquemenistão, enquanto a Índia participará com uma importante delegação de empresas fabricantes. Na América do Sul, encontraremos algumas das exposições coletivas presentes na última edição, que deram um feedback positivo sobre as reuniões e os contactos realizados, como o Chile, a Venezuela e a Argentina, e na América Central teremos o Panamá, Cuba e a República Dominicana. Estamos a assistir a um nível significativo de envolvimento das partes interessadas do setor. Para além disso, graças ao apoio da ICE, chegarão numerosas delegações de todo o mundo, num total de 1500 compradores, incluindo uma centena da Península Arábica, o foco internacional da feira, e cerca de cinquenta da Índia.

Quais são as vossas expetativas para esta edição?

As nossas expetativas para esta edição são muito elevadas, especialmente tendo em conta os temas inovadores e as apresentações planeadas. Acredito que esta edição não só mostrará os últimos avanços, mas também promoverá discussões e colaborações significativas com o objetivo de impulsionar mudanças positivas no setor. A feira, que se baseia nos três pilares do negócio, do conhecimento e do trabalho em rede, é cada vez mais capaz de ligar diferentes realidades e países e de ter um impacto no setor a nível global. De facto, se quisermos compreender o futuro das frutas e legumes, temos de vir à Macfrut.

Por convite da organização, a Revista Voz do Campo será media partner e estará presente no evento.

→ Entrevista publicada na Revista Voz do Campo: edição de abril 2024