As alterações climáticas constituem um crescente e muito preocupante desafio para os produtores nacionais de arroz.

Ciente desta realidade, o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal – CNCACSA, em colaboração com o Centro Operativo e Tecnológico do Arroz – COTArroz vai organizar no próximo dia 18 de setembro, pelas 10h00, na Casa Agrícola da Quinta da Foz (Benavente), uma ação subordinada ao tema “Alterações climáticas, ambiente e produção de arroz – desafios e caminhos a explorar”.

A Casa Agrícola da Quinta da Foz produz arroz em cerca de 435 hectares, na várzea de Benavente, sendo esta a sua principal actividade. A exploração apresenta excelentes condições naturais para a produção desta cultura, o que, em conjunto com a utilização da melhor tecnologia, tem permitido alcançar, de forma consistente, excelentes resultados.

No entanto, a Casa Agrícola da Quinta da Foz enfrenta hoje um conjunto de desafios, certamente comuns aos restantes produtores de arroz, muito marcados pela confluência de três dimensões: a produção de arroz em regime de monocultura há algumas dezenas de anos, uma agenda ambiental europeia muito exigente e um processo de alterações climáticas com impactos evidentes nas condições naturais de produção.

A confluência destas três realidades tem consequências imediatas na Casa Agrícola da Quinta da Foz, das quais se destacam:

  • os elevados níveis de infestação dos canteiros, com particular incidência para a presença de milhãs e de arroz bravo;
  • os crescentes níveis de resistência das milhãs às moléculas dos herbicidas homologados;
  • a redução drástica das substâncias activas base dos herbicidas autorizados;
  • a maior variabilidade das condições climáticas, com tendencial risco de redução das janelas temporais ideias para a instalação e colheita do arroz;
  • a potencial degradação das características do solo, devido às condições de permanente encharcamento e de monocultura;

De acordo com Francisco Gomes da Silva, Administrador da Casa Agrícola da Quinta da Foz “caso não encontremos soluções para ultrapassar estes desafios, há duas consequências inevitáveis: um aumento dos custos de produção e uma redução dos níveis de produtividade da cultura”.

Ainda de acordo com Francisco Gomes da Silva, “identificados que foram estes desafios, a Quinta da Foz colocou em marcha, em 2023, um ambicioso projecto que visa identificar quais os caminhos a percorrer para evitar tais consequências. Para tal, conta com a colaboração da equipa liderada pela Professora Cristina Cruz da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, bem como com a compreensão e empenho dos seus accionistas que têm assegurado os meios financeiros necessários à sua concretização. Com este projecto ambicionamos simultaneamente reduzir os custos de produção, aumentar as produtividades alcançadas e melhorar a qualidade dos recursos naturais que gerimos, com realce para o solo, a água e a biodiversidade”.

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias até dia 06 de setembro e estão limitadas à capacidade da sala (130 lugares).

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