Elena González, Judit Vallverdú, Ivet Caballé e Francesc Domingo
- IRTA (Culturas Extensivas Sustentáveis)
Um dos principais parâmetros de qualidade na cultura da colza é o teor de gordura do grão. Para além de um elevado rendimento, é importante que esta produção contenha um elevado teor de gordura. Há vários aspetos que podem influenciar o teor de gordura do grão de colza, e a fertilização azotada aplicada é um dos mais importantes. Quanto mais azoto aplicarmos, obteremos uma maior ou menor percentagem de gordura? Neste artigo damos a resposta.
A cultura da colza começa por crescer e desenvolver-se durante o outono até ao estádio de colza (Figura 1, à esquerda), em que a cultura é resistente às baixas temperaturas e em que ocorre a dormência invernal.

Nesta fase, é importante que a cultura tenha atingido uma produção de biomassa suficiente (para evitar um impacto negativo no seu rendimento final em grão), mas não excessiva. À medida que os dias se tornam mais longos, os caules da cultura começam a alongar-se e esta entra num período de extração máxima de nutrientes, que dura aproximadamente até à plena floração (Figura 1, à direita).
Existem, portanto, dois momentos-chave para a fertilização da cultura. O primeiro é antes da sementeira (fundo), quando é necessário fornecer nutrientes, especialmente azoto, a fim de assegurar uma produção mínima de biomassa no início do inverno e, assim, garantir uma boa base para rendimentos elevados. O segundo momento (cultura de cobertura) é antes do início do alongamento do caule, em que é necessário assegurar um fornecimento suficiente de azoto durante o período de extrações máximas.
De um modo geral, como na maioria das culturas, a cultura da colza exige um elevado rendimento em grão. No entanto, é igualmente importante que a qualidade do grão seja elevada. No caso da colza, o parâmetro de qualidade mais importante é o teor de gordura do grão. A fertilização com azoto influencia tanto o rendimento como a qualidade das culturas, mas não da mesma forma.
O rendimento do grão aumenta, em geral, à medida que se adiciona mais azoto à cultura, até um certo limiar em que mais azoto não aumenta o rendimento do grão, podendo mesmo diminuí-lo. É o que se observa (figura 2) tanto quando não se adiciona azoto de fundo como quando se adiciona uma certa quantidade.
No caso do exemplo, observa-se que:
1) por um lado, os rendimentos máximos obtidos são os mesmos quando o azoto é aplicado na parte inferior e quando não é aplicado, e
2) por outro lado, os rendimentos obtidos quando se aplicam doses elevadas de azoto em cobertura não aumentam os rendimentos em relação às doses intermédias de azoto. Verifica-se, portanto, que o fornecimento de doses elevadas de azoto pode ser ineficaz e nem sempre é o mais interessante do ponto de vista da produção.

Além disso, o teor de gordura do grão de colza diminui com a aplicação de doses mais elevadas de azoto (…).
→ Leia o artigo completo na edição de fevereiro 2025 da Revista Voz do Campo.