Portugal, com a sua vocação agrícola e a crescente intensidade dos eventos climáticos extremos – desde secas prolongadas a ondas de calor e chuvas torrenciais –, enfrenta um cenário de stress crescente nos seus ecossistemas agrícolas. Este stress abiótico, combinado com as pressões de pragas e doenças, exige uma reavaliação das nossas estratégias agronómicas.
Na ZERYA®, compreendemos que a nutrição da planta transcende o mero fornecimento de elementos para o crescimento; é um pilar fundamental no controlo fitopatológico e na indução de resiliência.
“A nutrição da planta transcende o mero fornecimento de elementos para o crescimento; é um pilar fundamental no controlo fitopatológico e na indução de resiliência”.
A nutrição como pilar do controlo fitopatológico
A nutrição equilibrada não é apenas sobre a quantidade, mas sobre a biodisponibilidade e a proporção correta de cada nutriente. Uma planta nutricionalmente otimizada é uma planta “informada”, capaz de mobilizar as suas defesas naturais e de gerir os impactos ambientais de forma mais eficaz. As nossas investigações demonstram que uma gestão nutricional precisa oferece benefícios que vão além do rendimento:
– Longevidade e qualidade pós-colheita: Plantas com um perfil nutricional robusto produzem frutos e vegetais com maior integridade celular, o que se traduz numa vida útil do produto significativamente prolongada, reduzindo perdas e aumentando a rentabilidade.
– Diagnóstico e prevenção de fisiopatias: Muitas fisiopatias, como o “amargor da maçã” (bitter pit) ou a necrose apical do tomate, são diretamente ligadas a desequilíbrios nutricionais, especialmente de cálcio. Uma análise nutricional preditiva permite a correção atempada, evitando perdas significativas.
– Imunidade vegetal aprimorada: Nutrientes específicos atuam como cofatores enzimáticos em vias metabólicas que produzem compostos de defesa (fenóis, fitoalexinas), tornando a planta mais resistente a ataques de patógenos e insetos.
Desvendando os mecanismos: nutrição e a resposta ao stress.
Os nossos estudos no terreno e em laboratório identificaram relações cruciais entre a gestão de macronutrientes e a capacidade da planta de suportar o stress:
1. O equilíbrio Cálcio-Magnésio (Ca/Mg): a base da integridade estrutural e resposta ao stress
O cálcio (Ca2+) desempenha um papel insubstituível na formação e estabilização da parede celular e da membrana plasmática, conferindo rigidez e seletividade. É um mensageiro secundário em vias de sinalização que ativam respostas ao stress, regulando a abertura dos estomas e a resposta a patógenos. O magnésio (Mg2+), por sua vez, é o átomo central da molécula de clorofila, essencial para a fotossíntese e a produção de energia (ATP).
Dica útil: Um desequilíbrio, como uma deficiência de Ca, pode comprometer a integridade dos tecidos vasculares e do xilema, tornando a planta particularmente suscetível a doenças da madeira (ex: citosporiose em frutais de caroço) e ao stress hídrico. A relação ideal Ca:Mg na folha pode variar, mas um rácio de 2:1 a 4:1 é frequentemente otimizado, dependendo da cultura, promovendo uma estrutura celular robusta que resiste à penetração de patógenos e ao colapso tecidual sob stress.
2. A gestão crítica do Azoto (N): mais nem sempre é melhor
O azoto (N) é vital para o crescimento vegetativo, sendo um componente chave de proteínas, enzimas e ácidos nucleicos. No entanto, os nossos dados revelam que a importância do incremento do N por cima dos 10% (em matéria seca foliar) está diretamente correlacionada com uma maior suscetibilidade das culturas à evolução de pragas e doenças vasculares.
Mecanismo: O excesso de N leva a um crescimento vegetativo luxuriante, com tecidos mais tenros e maior concentração de aminoácidos livres na seiva. Esta condição cria um ambiente nutricional ideal para pragas sugadoras, como o pulgão (afídeos), e favorece o desenvolvimento de doenças vasculares, pois os patógenos podem colonizar mais facilmente os vasos da planta. A otimização dos níveis de N, evitando picos excessivos, é, portanto, uma estratégia preventiva crucial. A “fórmula” aqui não é quantitativa de aplicação, mas de gestão: N ideal = N para crescimento robusto – N que induz fragilidade (…).



