A vinha é uma cultura tipicamente mediterrânica e de extrema importância para Portugal, cobrindo uma área total de cerca de 175.000 hectares (entre produção vinícola e produção de uva de mesa).

Apesar de existirem múltiplas castas e porta-enxertos adaptáveis às diversas condições edáfico-climáticas específicas das regiões vinhateiras nacionais, há suscetibilidades e riscos inerentes à produção e que condicionam a obtenção de boas produtividades e qualidade da uva.

Dentro dos stresses abióticos destacam-se os problemas com as doenças fúngicas (p.e. míldio, oídio, podridão, black-rot, etc.) que obrigam a um uso elevado de tratamentos fitossanitários com produtos de síntese. Dentro dos stresses bióticos, destacam-se os eventos de granizo ou de calor extremo que, por sua vez, originam fenómenos de escaldão foliar e dos bagos, causando graves prejuízos de quantidade e qualidade da uva.

Na Hubel Verde, o objetivo é a maximização da produção e a minimização dos riscos, priorizando as soluções eficazes e sustentáveis.

Apoiam-se todas as práticas culturais respeitadoras da saúde do solo e que confiram a sua máxima fertilidade, bem como todas as decisões que visem uma nutrição equilibrada das plantas, tornando-as mais resilientes a eventos nefastos como os stresses abióticos e bióticos. Nesta ótica, recomenda-se também a utilização de produtos mais naturais e sem resíduos com elevada capacidade de proteção e bio estimulação.

Para melhorar a eficácia de absorção dos nutrientes e de água é necessário um sistema radicular volumoso e saudável e, por isso, a empresa aposta no uso do fungo micorrízico Glomus iranicum tenuihypharum (Mycoup), no uso de bactérias promotoras de crescimento das plantas como as Pseudomonas spp (Natiphos) ou nas bactérias fixadoras de azoto (Vita oïl ou Utrisha-N), bem como no uso das tricodermas pela sua capacidade de defesa contra fungos patogénicos radiculares (Trichosym) (Figura 1).

Figura 1. Raízes de videira após lavagem, Península de Setúbal. À direita, planta tratada com Mycoup e Vitasoil; à esquerda, planta não tratada

Em alternativa, outra forma de reforçar a proteção da vinha contra fungos foliares, é integrar nos planos de tratamentos fitossanitários produtos de resíduo zero que, além de serem eficazes na proteção, permitem a diminuição do uso de pesticidas químicos (na dose ou na frequência de uso).

Assim, são integrados nos tratamentos o Enzolytic (fermentado de Sacharomyces cervisae com propriedades anti-fúngicas para o míldio) e o Silprotect cujo silício, na forma de ácido orto-silícico, se acumula facilmente na planta e reforçando as paredes celulares das células das folhas e bagos impedindo a penetração das hifas dos fungos patogénicos (Figura 2). Além disso, o ácido orto silícico é um elicitor de vias metabólicas que aumentam a produção de compostos de defesa.

Outro exemplo de um produto resíduo zero com propriedade antifúngica é o Greenbot. O Greenbot é um produto natural que protege contra a Botrytis e, em 2022, na uva de mesa var. Crimson, os cachos que receberam um trata- mento deste produto antes da colheita tiveram menos bagos com podridão, verificado 13 dias após-colheita a 5oC (Figura 3). Também a utilização do Puremimo (extrato de mimosa e Q. roble) e do Natdry (anti oídio) ajudam na qualidade da uva de mesa e na sua conservação, verificando-se menor podridão e desprendimento da uva. Isso foi verificado em 2023, na var. Autumn Royal, em Ferreira do Alentejo, em cachos conservados a 5ºC durante 19 dias. Encontrou-se maior firmeza da cutícula dos bagos e menor desprendimento das uvas provenientes da parcela tratada com Natdry e Puremimo comparativamente ao testemunho (Figura 4) (…).

Mais informações: www.hubel.pt

→ Leia este e outros artigos completos na Revista Voz do Campo – edição de julho 2025, disponível no formato impresso e digital.

Autoria: Margarida Mota, diretora de Inovação da Hubel Verde


SUBSCREVA E RECEBA TODOS OS MESES A REVISTA VOZ DO CAMPO

→ SEJA ASSINANTE (clique aqui)