A crescente necessidade de soluções ambientalmente mais sustentáveis para a agricultura levou Fátima Duarte e Teresa Brás, ambas investigadoras do CEBAL (Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo), da unidade de investigação MED (Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento), e do Laboratório Associado CHANGE a desenvolverem o CynaraMulch.

Trata-se de uma ideia de negócio que já lhes valeu o terceiro lugar do EIT JumpStarter 2021 Raw Materials e EIT JumpStarter – X-KIC Prize destinado à ideia de negócio mais multissectorial. Depois de um ano de trabalho de laboratório, as duas responsáveis explicam que agora objetivam-se parcerias fundamentais para a continuidade do projeto, nomeadamente um parceiro agrícola que tenha interesse e disponibilidade para receber os ensaios de campo, e em paralelo um parceiro industrial, da área dos plásticos, para a fase de prototipagem/produção.

Qual é a ideia base do CynaraMulch?

O CynaraMulch é uma ideia de negócio que visa o fornecimento de películas (plásticos) biodegradáveis derivados de culturas não alimentares. Esta ideia surgiu de uma necessidade crescente de utilização de soluções ambientalmente mais sustentáveis para a agricultura, mais especificamente para o uso de plásticos biodegradáveis.

Qual a necessidade sentida para avançar com a ideia?

A utilização de plásticos tornou-se uma prática corrente em grande parte dos sistemas agrícolas a nível mundial, uma vez que está associada a ganhos económicos devido à maior eficiência no uso da água, um maior rendimento das culturas, entre outros benefícios. Só em Portugal, em 2019, a procura de plásticos agrícolas rondou as 70 mil toneladas. No entanto, esta prática agrícola é considerada uma importante fonte de microplásticos, com um impacto significativo nos solos, na água e no ar. Estima-se que os microplásticos libertados em sistemas agrícolas sejam 4 a 23 vezes mais do que os contabilizados em ambientes marinhos. Adicionalmente, as taxas de reciclagem para plásticos agrícolas são estimadas em apenas 30%, o que agudiza ainda mais o cenário (…).

→ Leia o artigo completo na edição de janeiro 2023 da Revista Voz do Campo.