A cultura do abacate tem vindo a ganhar cada vez mais expressão no Algarve, e sendo muitas vezes apontada como muito exigente em água, quisemos falar com Duarte Pereira, da Trops Sucursal em Portugal, que desde logo fez questão de deixar um reparo ainda antes de começarmos a entrevista.

“A questão da água sendo um tema transversal a todos os sectores económicos e essencial ao consumo humano, não deve ser tratado como um “problema” da agricultura e nem de uma cultura especifica. O sector agrícola necessita de melhorar a sua comunicação, no sentido de esclarecer a opinião pública que a agricultura não gasta água, mas transforma água em alimentos, necessários para a alimentação humana seja em território nacional ou seja para exportação, contribuindo também deste modo para balança comercial portuguesa”.

Como é que os produtores de abacate estão a gerir o problema da falta de água?

Sendo a água actualmente um bem escasso em algumas regiões do país e especialmente no Algarve, onde temos mais representatividade, os nossos agricultores estão a enfrentar esta problemática com uma atitude consciente, aplicando a tecnologia ao dispor para fazer uma utilização responsável. 100% dos nossos agricultores utilizam sistema de rega gota-a-gota, o mais mais eficiente que existe na actualidade. E grande parte deles já complementam com informação em tempo real através de sistemas de sondas de humidade de solo que permitem regar apenas o volume necessário, evitando desperdícios.

Na TROPS apostamos no acompanhamento e formação contínua dos nossos agricultores aportando conhecimento na gestão da água e outros temas relevantes, temos também um desenvolvimento a implantação de um projecto de uma rede de sondas e estações meteorológicas que abrange todas as regiões onde estamos presentes para ajudar e acompanhar os nossos agricultores.

O que a TROPS tem vindo a propor a quem de direito, para minimizar o problema?

A TROPS conjuntamente com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Organizações de Produtores, Associações de Regantes e outras entidades interessadas, temos vindo a colaborar com as entidades estatais, nomeadamente com o Ministério da Agricultura, para a elaboração do Livro Branco de Regadio, e com o Ministério do Ambiente na elaboração do Pacto da água (…).

→ Mais desenvolvimento na edição de julho 2023: