Editorial – edição de outubro 2023 «

A Pegada Ambiental é um termo que hoje em dia faz parte do nosso vocabulário, já que a sustentabilidade ambiental é uma preocupação de todos, com foco nas boas práticas que se traduzem em estilos de vida mais “verde”, visando a proteção do planeta e a qualidade de vida das gerações futuras. A quantidade quer de recursos naturais consumidos, quer consequentemente de resíduos gerados, está na base da nossa preocupação.

Paulo Gomes, diretor

A ligação entre pessoas saudáveis, sociedades saudáveis e um planeta saudável, coloca os sistemas alimentares sustentáveis no cerne do designado Pacto Ecológico Europeu, e é aqui que o sistema agrícola e alimentar europeu, apoiado pela Política Agrícola Comum, está felizmente “programado” para nos garantir uma certa segurança dos alimentos, aprovisionamento alimentar e uma nutrição de qualidade.

Agricultura e sustentabilidade são conceitos que, por muito tempo, pareceram estar em lados opostos da equação ambiental. No entanto, à medida que o mundo enfrenta desafios climáticos cada vez mais urgentes, o setor agrícola está emergindo como um ator fundamental na redução da pegada de carbono global.

É certo que a produção de alimentos tem de aumentar para atender às necessidades de uma população em crescimento, daí que a agricultura não pode ser simplesmente vista como parte do problema ambiental. Pelo contrário, ela desempenha um papel crucial na solução.

Atualmente a agricultura já implementa práticas que minimizam o uso de produtos químicos e maximizam a eficiência dos recursos naturais, reduzindo assim a emissão de gases de efeito estufa. Técnicas como a agricultura de conservação, a rotação de culturas estão a enraizar-se cada vez mais, contribuindo para a diminuição da dependência de fertilizantes sintéticos e pesticidas.

Além disso, a agricultura de precisão, alimentada por avanços tecnológicos, permite o uso eficiente de máquinas agrícolas, economizando combustível e reduzindo emissões. A implementação de sistemas de irrigação mais eficazes também contribui para a economia de água e energia.

A pecuária também está a evoluir nesta matéria, contrariando acusações que muitas vezes a apontam como uma grande emissora de gases de efeito estufa. Na verdade os produtores pecuários já usam alternativas como dietas alimentares mais sustentáveis para os animais e formas de maneio que reduzem as emissões de metano.

No entanto, o caminho para uma agricultura verdadeiramente sustentável e de baixa emissão de carbono não é nada fácil, a necessidade de investimentos em investigação, formação e infraestruturas é por demais evidente. Os agricultores precisam de suporte para adotar práticas inovadoras, e as políticas governamentais desempenham um papel crucial nesse sentido.

A indústria alimentícia e os consumidores também têm um papel importante a desempenhar. Escolher alimentos produzidos de maneira sustentável e reduzir o desperdício são medidas individuais que podem ter um impacto significativo. Como diz o povo “o caminho faz-se caminhando”, e o setor agrícola tem vindo a caminhar muito como parte ativa da solução. A agricultura sustentável, com as suas práticas inovadoras, está a proporcionar o caminho para um futuro mais verde.

Boas leituras!

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