Depois de uma campanha oleícola global deficitária em 2022/2023, vivemos um dos períodos mais sensíveis e incertos de sempre no nosso sector.

As alterações climáticas e consequente seca vivida na maioria dos países produtores de azeite pode provocar algo muito raro no sector, duas colheitas débeis consecutivas (especialmente em Espanha). No maior produtor mundial – Espanha, os números são ainda incertos e previsionais, mas dificilmente se atingirá o milhão de toneladas de azeite, o que é considerada uma campanha média/fraca. De momento, os stocks mundiais de azeite estão em valores muito baixos, pelo que a perspetiva de uma campanha insuficiente seria o pior que se poderia prever. Esta situação está a gerar um aumento colossal no valor do Kg de azeite, algo que se está agora a refletir nos lineares dos supermercados e a inquietar os consumidores.

Em Portugal, a expectativa não é tão dramática como em Espanha, pois aguarda-se uma colheita bem superior à do ano passado. Dificilmente atingiremos os níveis do ano recorde em Portugal, 21/22, mas o aumento dos olivais de produção intensiva e super-intensiva têm “compensado” a quebra sentida nos olivais tradicionais. A área de olival não regado e com escassos recursos hídricos, tem sentido com maior impacto as condições meteorológicas adversas que se viveram durante este ano, nomeadamente os longos períodos de seca, as altas temperaturas na fase de floração da árvore e alguns períodos de geadas noturnas que destruíram alguns olivais em zonas muito especificas (…).

→ Leia o artigo completo na Revista Voz do Campo, edição de outubro 2023.

Autoria:
Manuel Norte Santo, Diretor do CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo em representação da SICA-Sociedade Industrial e Comercial de Azeites, Lda.