Castelo Branco acolheu o 1º Encontro Ibérico de Compostagem Descentralizada, com a presença de mais de uma centena de participantes de Portugal e Espanha, que estiveram reunidos para discutir soluções sustentáveis de gestão de biorresíduos, promovido pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável e pela rede espanhola Composta en Red. Ao longo de dois dias realizaram-se apresentações técnicas, mesas-redondas, workshops e visitas a projetos locais.
Do programa constaram várias mesas-redondas, que abordaram questões como a integração da compostagem na hierarquia de gestão de resíduos, os aspetos legais em Portugal e Espanha, a necessidade de monitorização rigorosa dos dados e as possíveis pontes a criar entre o meio urbano e o setor agropecuário. Foram apresentados casos de sucesso no setor público, com experiências de compostagem comunitária partilhadas pela Mancomunidad de la Comarca de Pamplona (Navarra, Espanha), dos Serviços Municipalizados de Castelo Branco e da Câmara Municipal de Silves. Foram apresentados exemplos de boas práticas no setor privado, como o caso do Lar de Minde (Alcanena), o Salema Eco-Camp (Vila do Bispo) e o projeto de educação ambiental “Devolver à Terra” dinamizado pela ZERO, Silvex e Novamont. E foi ainda abordado o papel da agrocompostagem e da compostagem industrial como elo de ligação entre meio urbano e o setor agrícola, tendo o primeiro uma elevada produção de restos alimentares (biorresíduos) e sendo o segundo um potencial recetor de nutrientes, necessários para a sua viabilidade.

A moderação do evento foi conduzida por Paulo Gomes, diretor da Voz do Campo, que liderou os trabalhos ao longo do primeiro dia.
Já a sessão de abertura, no Cine Teatro Avenida, contou com a intervenção de Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados, que “frisou que a promoção da compostagem é um pilar fundamental da estratégia do Município na gestão de resíduos” e sublinhou o papel da valorização orgânica na transição para uma economia circular. Por sua vez, Sónia Mexia, administradora dos Serviços Municipalizados adianta à Voz do Campo que “o município de Castelo Branco, através dos Serviços Municipalizados, está muito satisfeito por acolher este 1º Encontro Ibérico de Compostagem, essencialmente porque vê na compostagem uma solução e uma estratégia. Ela faz parte do nosso plano estratégico de gestão de biorresíduos, nomeadamente no PAPERSU 2030”.
Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco e do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados e Sónia Mexia, administradora dos Serviços Municipalizados de Castelo Branco, no uso da palavra
Em paralelo com a compostagem, o município albicastrense tem vindo a desenvolver ações no âmbito da recolha seletiva de biorresíduos.
“Começámos com um projeto em 2023 dirigido aos grandes produtores. Atualmente temos 25 compostores comunitários instalados e estão previstos mais cinco”, partilha.
Sónia Mexia destaca os múltiplos benefícios associados à compostagem: “É uma solução amiga do ambiente, sustentável, que nos permite reduzir custos, valorizar o resíduo e promover a economia circular. Neste momento, sentimos que está a ter sucesso e o nosso grande objetivo é alargar o projeto”.
A responsável reconhece, no entanto, que um dos maiores desafios está na mobilização da população e a administradora refere que “o nosso trabalho depende da população, depende da vontade. Temos feito campanhas de sensibilização no sentido de promover a adesão. Há compostores com mais participação, outros com menos, mas o caminho está a ser feito”.

“Este evento, o primeiro Encontro Ibérico de Compostagem Descentralizada, é muito oportuno para Portugal. Houve aqui uma certa humildade de tentar compreender algumas localidades espanholas que já desenvolvem com bastante consistência e trazer para Portugal essas experiências”, afirma Pedro Carteiro, da Associação ZERO. “Isto porque, tal como em Espanha, Portugal tem um território muito disperso. Mas essas pessoas que estão dispersas produzem resíduos — e é necessário ir buscá-los constantemente”, partilha.
O representante da ZERO sublinha a urgência da compostagem local: “Os biorresíduos são resíduos putrescíveis, ou seja, apodrecem, cheiram mal, não os podemos deixar sem qualquer tipo de tratamento. A compostagem descentralizada permite tratar os resíduos no local onde são produzidos”.
Pedro Carteiro refere ainda os benefícios da agrocompostagem, que considera uma novidade importante para Portugal: “É tratar os biorresíduos urbanos nas explorações agrícolas. Estamos a poupar custos ambientais e económicos, sobretudo na recolha e transporte (…). Castelo Branco, por exemplo, tem a unidade de tratamento a 120 quilómetros de distância”. Outra particularidade, diz Pedro Carteiro, é que os biorresíduos têm como elemento principal a água — mais de 70%. “Isto é um bocado louco (…) pegamos em água e gastamos combustível fóssil para deixar esse resíduo a quilómetros de distância, quando o podemos, efetivamente, tratá-los localmente”. Além dos custos evitados, Pedro Carteiro reforça a importância da recuperação de nutrientes: “Os biorresíduos contêm cálcio, fósforo, azoto, carbono (…). Foram elementos naturais antes de se transformarem em alimentos. Temos de os devolver à terra e a compostagem permite isso”.
O responsável da ZERO também valorizou os exemplos portugueses apresentados no evento: “Temos de ter algum orgulho. Castelo Branco, por exemplo, deu hoje um grande passo: tornou-se aderente da Zero Waste. É um compromisso público com o objetivo de produzir zero resíduos”.
Outra questão apontada foi o mito em torno da compostagem de alimentos de origem animal: “Quando falamos de biorresíduos, falamos da sua totalidade. E em Portugal ninguém quer ouvir falar de carne e peixe no compostor. Digo-vos: é a melhor forma de compostar. Permite temperaturas elevadíssimas e acelera o processo”.
Pedro Carteiro defende uma maior proximidade das infraestruturas de compostagem: “Podemos ter as chamadas ilhas de compostagem comunitária junto das nossas habitações, junto à janela, sem qualquer problema. Os mestres de composta- gem vão lá e resolvem (…). Castelo Branco tem uma equipa própria, tem uma viatura, e estou a acompanhar já há vários meses os mestres de compostagem”.
No final do Encontro, a Voz do Campo falou com Ismael Casotti, da Associação ZERO, que fez um balanço positivo da iniciativa.

“Foi importante organizar este evento porque, em Portugal, ainda há poucos encontros dedicados exclusivamente à compostagem no calendário nacional da área dos resíduos”, afirma. Ismael Casotti destaca que Portugal e Espanha se encontram em fases diferentes na implementação da compostagem descentralizada.
“Portugal está mais avançado na parte burocrática, com muita legislação, metas, regras e objetivos por cumprir. Já Espanha tem desenvolvido mais trabalho prático. A Composta en Red, por exemplo, tem estado a criar uma rede de parceiros – autarquias, técnicos, universidades, empresas – que se apoiam mutuamente para gerar conhecimento prático”, diz.
No contexto português, as autarquias têm a responsabilidade de implementar projetos de compostagem doméstica e comunitária. No entanto, a adesão e a execução prática são desiguais.
“Há municípios que estão mais à frente, há outros mais atrás (…).
É importante mapear boas e más práticas (…) não basta criticar. Não há nada melhor do que mostrar uma boa prática. O caso de Castelo Branco é interessante porque foi um projeto financiado parcialmente pelo Fundo Ambiental que correu melhor do que o esperado”, comenta Ismael Casotti. Segundo o mesmo, a incerteza institucional, a falta de recursos humanos e financeiros, bem como a ausência de orientações claras por parte da administração central, condicionam o avanço de muitos municípios.
A Associação ZERO tem assumido um papel de dinamização e facilitação.
“Somos distribuidores de conhecimento (…). Criamos espaços — visitas ao estrangeiro, study tours, encontros como este — para capacitar técnicos e decisores. O objetivo é mostrar onde é possível ir bater à porta e promover o intercâmbio direto entre municípios”, sublinha ainda. A aceitação por parte da população é outro desafio relevante. A mudança de hábitos implica tempo, informação clara e exemplos práticos.
“Há uma pequena parte da população muito motivada, mas é uma minoria. Temos de juntar essas pessoas às que ainda não sabem”, refere Ismael Casotti e considera ao mesmo tempo: “Há muita confusão sobre o que são biorresíduos. Alguns pensam que é só a casca da fruta. Mas inclui também restos de refeições, ossos, peixe, por exemplo”.
Um dos temas mais sensíveis prende-se com a ligação entre compostagem e agricultura. A atual legislação portuguesa não permite que biorresíduos urbanos sejam utilizados em explorações agrícolas.
“Há um bloqueio institucional. A legislação atual é bastante proibitiva. A Agência Portuguesa do Ambiente está em contacto com a Direção Geral de Agricultura Veterinária, mas a verdade é que ainda não há confiança no setor”, conta. Ismael Casotti reconhece que a desconfiança do setor agrícola é legítima.
“Se tiver uma exploração, não quero que resíduos sujos e contaminados cheguem aos meus campos ou aos meus animais. O problema é que, no passado, o composto era de má qualidade. Era lixo.
Agora não é lixo, são recursos orgânicos. Mas para isso é necessária uma recolha com poucos contaminantes e compostagem bem feita. Só assim a agricultura vai começar a confiar”, conclui.
O exemplo da Mancomunidad de la Comarca de Pamplona (Navarra – Espanha)
“Este tipo de encontros entre distintas organizações e distintos países, em que se fala da compostagem e da importância de gerir os bioresíduos de forma descentralizada é muito importante, porque aprendemos uns dos outros”, afirma Beatriz Yaben, representante da Mancomunidad de la Comarca de Pamplona (Navarra – Espanha). “Já está tudo inventado, não estamos a inventar novos conceitos, o que queremos é colocar em comum diferentes experiências e práticas (…) para que se adaptem práticas que já se fazem em alguns lugares”, insiste.
Sobre a realidade na Comarca de Pamplona, destaca a coexistência de zonas urbanas com gestão centralizada e zonas rurais com menor densidade populacional, onde a compostagem descentralizada ganha especial relevância.
A estratégia da Mancomunidad assenta na chamada “gestão quilómetro zero da matéria orgânica”, utilizando compostagem doméstica e comunitária, além de pontos de recolha e trituração de restos verdes. “Todos esses biorresíduos que se geram ficam onde são produzidos, aproveitando as sinergias da gestão dos biorresíduos de poda como material estruturante”, exemplifica.
No meio rural, há ainda outra vantagem: “Temos terreno, hortas, jardins onde podemos colocar a compostagem que produzimos”.
Beatriz Yaben também reforça a importância do acompanhamento técnico: “Têm que sentir-se acompanhados sempre”. A formação começa “na entrega do material e na formação inicial”, seguida por “um programa contínuo para fazer esse seguimento através de visitas e chamadas telefónicas”. No caso da compostagem comunitária, o seguimento é garantido por “pessoal formado em manutenção de compostagem”.
A Mancomunidad aposta agora em incentivos para aumentar a adesão: “Estamos em plena campanha para tentar aumentar a participação, e uma forma de o conseguir é através da criação de incentivos”.
Um deles é a redução da taxa de resíduos, como explica Beatriz Yaben: “A partir do dia 1 de janeiro de 2026, vamos reduzir a taxa de gestão de resíduos para os cidadãos que fazem compostagem doméstica”.
Nas zonas rurais, diz a responsável “estamos com percentagens de forma global de mais de 50% para cima, com populações de 80 e outras de 20”.
“Devolver à Terra”. Iniciativa conjunta da ZERO, Silvex e Novamont
A compostagem descentralizada precisa de ganhar espaço no debate público, defende Sara Correia, da ZERO e do projeto “Devolver à Terra”. “Este evento tem importância por começar a colocar a compostagem como um tema falado, que junta várias pessoas — municípios, entidades privadas e públicas — num debate sobre soluções alternativas para a valorização de biorresíduos”, diz à nossa reportagem.

Com a obrigatoriedade imposta aos municípios de recolherem os biorresíduos, Sara destaca a necessidade de evitar emissões associadas ao transporte.
“Temos de começar a falar de soluções diferentes das habituais. A compostagem descentralizada deve ser vista como uma alternativa viável”, defende.
Durante a sua apresentação do projeto “Devolver à Terra”, recordou aos presentes que a iniciativa teve início no ano letivo de 2019-2020, numa parceria com a Silvex, agora renovada e reforçada com a entrada da empresa Novamont.
“As escolas têm um grande potencial para fazer compostagem e tratar localmente os resíduos que produzem. O projeto procura apoiar esse caminho”, argumenta.
O arranque com cerca de 100 escolas revelou dificuldades no acompanhamento próximo, o que levou a uma reorientação da estratégia. “Nesta nova fase do projeto, vamos reduzir para 30 escolas para podermos trabalhar com mais proximidade e ajudar cada uma a dar um passo em frente”, afirma Sara Correia.
A nova fase do projeto quer promover o conceito de escolas zero resíduos.
“A compostagem é o ponto de partida para que as escolas comecem a olhar para os resíduos de forma diferente. Primeiro trabalham os bioresíduos, que são os mais comuns no lixo, e depois vão sendo introduzidas práticas de prevenção, redução e uma nova lógica de gestão”, revela.
O projeto visa também incentivar as escolas a desenvolver protocolos de cooperação com os municípios, nomeadamente para:
– Acesso contínuo a estilha (material estruturante).
– Apoio à manutenção dos compostores ao longo dos anos.
– Estímulo à criação de redes locais entre escolas, hortas comunitárias, associações ambientais e produtores agrícolas.
Em Silves a recolha de biorresíduos já é feita nos mercados municipais desde 2020
“Achámos que era super importante a colaboração dos mercados, porque conseguimos trazer os produtores agrícolas para o sistema, sensibilizá-los e ainda articular com os nossos utilizadores, os munícipes”, afirma José Pinto, técnico municipal de resíduos no Município de Silves. A estratégia passa pela integração da compostagem comunitária e doméstica. “Tentamos integrar tanto os vendedores como os compradores. E às vezes devolvemos o composto aos agricultores, para que o utilizem como corretivo nas hortas”, sublinha o técnico do município de Silves.
Apesar da boa aceitação nos mercados, José Pinto admite que “a separação de biorresíduos, de uma forma geral, ainda é muito diminuta”. O município oferece incentivos financeiros, como descontos, mas “são poucas as pessoas a aderir”.
José Pinto acredita que a mudança passa primeiro por uma tomada de consciência. “Estamos numa urgência climática. Os aterros estão a um ano de encher, pelo menos no Algarve. Temos de reduzir a deposição e as pessoas têm de perceber isso com exatidão”, vinca.
O caso do Salema Eco-Camp
Localizado em Vila do Bispo, o Salema Eco-Camp aposta na regeneração e na sustentabilidade. “Apesar de termos menos resíduos que o setor hoteleiro em geral, ainda estávamos acima da média nacional. Descobrimos, com apoio da ZERO, que 45% dos nossos resíduos eram orgânicos, e não tínhamos resposta para isso”, recorda Ângela Correia, responsável do parque de campismo. Com seis compostores já em funcionamento e mais seis a caminho, Ângela Correia refere que “essa compostagem final está a ser usada nas atividades de replantação no parque. Quando tivermos excesso, queremos dar à comunidade local”.
A sensibilização dos clientes também faz parte do projeto. “Já tivemos semanas da compostagem, dias abertos, mercado de segunda mão, repair café, tudo aberto à comunidade, sem custos. E ainda angariamos fundos para associações locais que trabalham o ambiente ou causas sociais”, afirma.
Ângela Correia destaca ainda a importância de aprender com o exemplo espanhol: “Precisamos de nos inspirar neles, nessa garra e motivação para fazer acontecer. A compostagem é um projeto muito simples e bem gerido não custa quase nada. No Salema Eco Camp estamos a desviar cerca de uma tonelada por semana do lixo indiferenciado para a compostagem”.
O projeto URSA promovido pela EDIA
Para David Catita, da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva- EDIA- a compostagem é uma prática agrícola que perdeu credibilidade em Portugal, sobretudo por ter sido associada, no passado, à má gestão de resíduos urbanos: “Tivemos composto com vidros, plásticos, contaminações (…) isso descredibilizou a compostagem. Estamos agora a tentar retomar a notoriedade deste material tão nobre”.
No âmbito do projeto URSA, promovido pela EDIA, a compostagem tem sido abordada como solução concreta em várias regiões do país. “Começámos no Alqueva, mas fomos até ao Litoral, à Península de Setúbal, onde há muito subproduto do vinho. Fomos a Santarém por causa da pecuária. Fomos até Trás-os-Montes com o problema do bagaço de azeitona. A matéria orgânica é um valor. Era só pegá-la no litoral e trazê-la para onde ela falta”, refere.
Segundo David Catita, “estamos a perder velocidade” no avanço da compostagem em detrimento de soluções energeticamente rentáveis como o biometano ou a biomassa. “A energia continua a ter muito valor e interesse (…) o solo, que é a nossa grande base, está a ser esquecido. Mas solos com matéria orgânica retêm melhor água, produzem mais, resistem à seca e à erosão”, sublinha.
Para David Catita, o discurso da EDIA é claro: “Vale a pena levar os seus subprodutos ou transformá-los na exploração e pôr composto no solo. A mensagem passa e o agricultor entende-a”. Mas lamenta o peso burocrático: “O agricultor é um ator excessivamente fustigado com leis. Nos últimos seis anos temos tentado adaptar a lei à realidade”. O mesmo conclui com uma visão integradora: “Ambiente e agricultura são a mesma coisa. Há quem fale como se fossem áreas separadas. O agricultor é o maior ambientalista. A compostagem é um caminho para o agricultor cuidar do seu capital mais importante e mais menosprezado: o solo. Para nós, para a URSA, este é o caminho”.
Sopinal
Joaquim Costa, da Sopinal, salienta a presença da empresa no evento: “Nós somos patrocinadores deste evento, somos uma empresa portuguesa já com 56 anos, trabalhamos em metalomecânica, mas sempre na área do ambiente”. Atualmente, a Sopinal está a fornecer “para muitos dos municípios a nível nacional equipamentos ligados à recolha de biorresíduos, recolha seletiva, mas neste caso aqui mais específico é a recolha de biorresíduos, como equipamentos de proximidade, equipamentos para as habitações”.
Mission Zero Academy
Kaisa Karjalainen, da Mission Zero Academy, destacou a importância de eventos como este para “juntar as pessoas e partilhar bons exemplos”.
Na Mission Zero Academy, diz a responsável: “Temos certificação resíduo zero onde apoiamos os caminhos resíduo zero nos municípios e empresas”.
Kaisa Karjalainen acrescenta que promovem “as boas práticas que temos em diferentes países na Europa” e que estão pre- sentes para “partilhar as boas práticas, para que outras empresas comecem também com este caminho”.
DaFábrica 4YOU
José Ribeiro, da empresa DaFábrica 4YOU, explicou que a empresa “optou por ser parceira neste evento na medida que Portugal tem que resolver o problema da compostagem”.
O responsável destaca que “cada português em média produz cerca de 600 quilos ano de resíduos orgânicos” e que, atualmente, “99,98% desses resíduos acabam em aterros”. Para José Ribeiro, “é importante que consigamos dar nova vida a estes resíduos”.
A Fábrica 4YOU “produz usando como matéria-prima os resíduos do Ecoponto amarelo” e fabrica “uma gama muito vasta de produtos, nomeadamente pavimento deckings, passadiços e compostores” o que justifica “a nossa presença neste evento”.
Com “a nossa gama de produtos para a compostagem,” a empresa espera “poder vir a ser útil em reduzir o número de resíduos orgânicos que cheguem a aterros”.
Waste To Me
Diana Carvalho, da Waste To Me, explica que a empresa “está aqui em representação do nosso fornecedor que é a Vernican a nível da compostagem”.
Além das soluções de compostagem, “a Waste To Me também dispõe de tecnologia que consegue depois aliar o produto a este serviço”, oferecendo “apoio aos municípios e aos nossos clientes para fazerem uma melhor compostagem e levarem a cabo os seus projetos da melhor forma possível”.
Diana sublinhou que “consideramos que este evento é muito importante,” pois “a compostagem não é um tema que se costuma abordar muito” e “sentimos que ainda é um tema sobre o qual não existe muita informação”.
Município do Fundão
Em representação do município do Fundão, Ana Gonçalves valoriza a descentralização deste tipo de iniciativas, destacando a relevância de levar o debate sobre compostagem também às regiões menos centrais. À nossa reportagem sublinha, sobretudo, a importância da partilha de experiências entre municípios: “O mais importante é mesmo a partilha de informação com outros municípios. Foi isso que me trouxe cá: perceber o que está a ser feito noutros territórios”. No caso do Fundão, o município encontra-se atualmente numa fase inicial de implementação da compostagem doméstica e comunitária. “Estamos nesta fase de arranque. Já foi feita uma candidatura ao Fundo Ambiental”, afirma.
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No âmbito do evento, os Serviços Municipalizados de Castelo Branco também organizaram uma visita técnica a um compostor comunitário – Carapalha – para mostrar, na prática, um exemplo de sustentabilidade urbana e envolvimento da comunidade.
Veja o vídeo explicativo:
Descubra na vídeo reportagem os momentos em destaque do evento:
















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