BREVE SÍNTESE SOBRE A EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS PREÇOS NA AGRICULTURA E PESCAS.

  • PREVISÕES AGRÍCOLAS

As previsões agrícolas, em 30 de setembro de 2025, apontam para campanhas das culturas arvenses de primavera/verão a decorrerem com decréscimos de produtividade no milho para grão de regadio (-5%), reflexo das sementeiras tardias e dos prejuízos causados por javalis e infestantes, num contexto em que os preços não acompanham o aumento dos custos de produção, condicionando a rentabilidade da cultura. No tomate para a indústria, a campanha decorreu sem limitações de rega, mas a produção deverá diminuir 15%, devido à redução da área cultivada. Por sua vez, a produção de arroz deverá ser semelhante à da campanha anterior, embora a qualidade seja previsivelmente inferior, atendendo ao atraso das sementeiras.

Nas fruteiras, a produção da pera manteve-se semelhante à de 2024, mas muito abaixo do potencial produtivo, devido às condições climatéricas desfavoráveis na floração e à elevada incidência de fogo bacteriano. A colheita da maçã foi inferior à do ano anterior e ao potencial da cultura, penalizada por condições meteorológicas adversas e por ataques de pedrado e bichado, agravados pela presença de fogo bacteriano em alguns pomares do Oeste. Nos pomares de kiwi prevê-se uma recuperação face a 2024 (+10%), embora a produtividade continue muito abaixo da média do último quinquénio (-28%). Nos frutos secos, a produção de amêndoa deverá ser ligeiramente inferior à da campanha anterior (-5%), apesar da entrada em plena produção de novos pomares. Nos amendoais do Alentejo as condições meteorológicas adversas durante a floração dificultaram a polinização e os tratamentos fitossanitários, enquanto em Trás-os-Montes as perdas resultaram das condições adversas e dos incêndios de verão. Prevê-se igualmente uma ligeira redução de produtividade nos olivais (-5%), influenciada pelas temperaturas elevadas e fenómenos climáticos extremos no Alentejo e pela precipitação e frio na floração em Trás-os-Montes, bem como pelas áreas ardidas neste verão. As vindimas confirmaram reduções significativas, estimando-se uma quebra global de 20% na produção, com impactos mais expressivos nas regiões do Alentejo e do Douro.

  • GADO, AVES E COELHOS ABATIDOS

O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em agosto de 2025 foi 38 151 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 0,7% (-1,3% em julho), devido ao menor volume de abate registado nos bovinos (-6,3%), ovinos (-4,1%) e caprinos (-19,7%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 34 545 toneladas, o que representou um aumento de 0,9% (+5,8% em julho), pelo maior volume de abate de galináceos (+3,0%).

  • PRODUÇÃO DE AVES E OVOS

O volume de frango aumentou 13,3%, com uma produção de 30 787 toneladas (+1,7% em julho), tendo em número de cabeças registado também um acréscimo de 12,2% (+0,4% em julho). A produção de ovos de galinha para consumo teve um aumento de 2,0% (+8,4% em julho), contabilizando 10 537 toneladas.

  • PRODUÇÃO DE LEITE E PRODUTOS LÁCTEOS

A recolha de leite de vaca foi 152,5 mil toneladas, um acréscimo de 0,9% (+1,2% em julho). O volume total de produtos lácteos assinalou praticamente uma manutenção (-3,4% em julho; -0,4% no mês em análise), tendo os aumentos no leite para consumo (+1,8%) e leites acidificados (+9,1%) sido contrabalançados pelas menores produções de nata para consumo (-30,1%), manteiga (-16,5%), leite em pó (-24,6%) e queijo de vaca (-4,3%).

  • PREÇOS E ÍNDICES DE PREÇOS AGRÍCOLAS

Em setembro de 2025, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas no azeite a granel (-58,3%), bovinos (+32,7%), ovos (+24,6%) e batata (-23,8%). Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se na batata (-14,9%), azeite a granel (+8,2%) e suínos (-5,4%). Em Junho de 2025, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um aumento de 1,4%, enquanto o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) subiu 1,5%. Em relação ao mês anterior, o INPUT I registou um decréscimo de 1,6% enquanto o índice do INPUT II apresentou um acréscimo de 0,2%.

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