Com a meta de colocar em diálogo os diferentes setores de atividade e a funcionar como como montra do que de mais revelante e inovador está a acontecer no setor agrícola, a Ovibeja regressa já no final de abril. Em entrevista à Voz do Campo o presidente da ACOS e da Comissão Organizadora da Ovibeja, Rui Garrido, desvenda um pouco sobre o que será a edição de 2023.

Enquanto Associação, qual tem sido o papel da ACOS junto do setor?

A ACOS é uma associação que tem como propósito o desenvolvimento da agricultura, da pecuária, da floresta, da agroindústria e de todas as atividades do meio rural, nos seus aspetos científicos, técnicos e socioeconómicos e a defesa dos interesses dos seus associados enquanto produtores agrícolas, pecuários, florestais, agroindustriais.

Ao agregar os interesses do setor, a ACOS pretende consolidar e reforçar serviços que favoreçam a diferenciação, o conhecimento e a partilha de informação e de meios facilitadores de melhorias técnicas, organizacionais e económicas que promovam inovação, eficiência, rentabilidade e cadeias de valor.

A área de ação da ACOS é muito vasta estendendo-se ao campo da sanidade animal, seleção e melhoramento genético de raças, sistemas de identificação animal, serviços de apoio e assistência técnica, sistema de recolha de cadáveres de animais, análises laboratoriais (veterinária e química, com análises ao azeite, à azeitona e ao bagaço da azeitona), serviços de comercialização de ovinos e bovinos, bem como de lãs e de produtos agropecuários, formação profissional e a organização da Ovibeja.

A Ovibeja é um dos grandes projetos da Associação. A um mês da realização da 39ª edição, o que representa a Ovibeja para o Alentejo?

A Ovibeja é o maior evento da região, com projeção a nível nacional e também internacional. Tem como meta colocar em diálogo os diferentes setores de atividade e, funciona, acima de tudo, como montra do que de mais revelante e inovador está a acontecer. A pluralidade da Ovibeja tem funcionado como motor de desenvolvimento em que todos se sentem representados, empresas privadas, públicas, autarquias, órgãos desconcentrados do estado, cidadãos.

Quais os setores mais representativos?

A Ovibeja é uma feira agrícola, com raízes no campo e com forte representação rural, no entanto, é um evento eclético, de inovação, de ciência, onde todos os setores de atividade se sentem representados. Além das empresas ligadas à área agrícola e pecuária, assim como uma forte presença de maquinaria agrícola, a Ovibeja é também uma montra muito forte dos municípios da região, das empresas de serviços dos mais diferentes setores de atividade. Uma das áreas muito fortes é a do agroalimentar. A dos produtos regionais de grande qualidade. Temos expositores que vêm à Ovibeja desde sempre porque sabem que é um investimento que compensa. Há muitos casos em que a Ovibeja funciona como o grande investimento do ano.

Qual a razão da escolha do tema deste ano, “Comunicar é um grande desafio para a agricultura”, e em que moldes vai ser tratado?

O tema da comunicação é muito caro à Ovibeja. Porque é o ato de colocar em comum, aproximar, dar a conhecer, colocar em diálogo. É, no fundo, o que a Ovibeja tem vindo a fazer desde sempre. Mas que está sempre em aberto. Este é um tema que carece de ser trabalhado na área agrícola e que precisa, com urgência, que as instâncias governativas assumam também o seu papel de aproximação do campo e da cidade. Notamos que há um fosso cada vez maior entre o campo e a cidade, basicamente, por falta de conhecimento do que é a agricultura, o mundo rural, a sua evolução. Cabe-nos a nós encontrar as melhores práticas que nos aproximem dos cidadãos consumidores, mas também cabe às instâncias governativas trabalhar a literacia do campo, o maior conhecimento do que é a agricultura e o mundo rural. Só assim é possível valorizar, desfrutar, salvaguardar e consumir, com responsabilidade e com sustentabilidade, que é o que todos nós queremos (…).

→ Leia a entrevista completa na edição de abril 2023 da Revista Voz do Campo.