Há exatamente três anos, e a propósito da celebração desta efeméride, escrevi um texto a que dei o título “Sem milho não há país”. Três anos volvidos, o que mudou em Portugal? Para desafiar o leitor num jogo de “descubra as diferenças”, recupero algumas ideias deste texto: “Em Portugal, o milho é a principal cultura arvense, ocupando cerca de 115 mil hectares, ou seja, quase 40% da área nacional dedicada àquelas culturas. É incontestável a sua importância na economia nacional e regional. No entanto, estima-se que o nosso grau de aprovisionamento seja cerca de 25%, valor manifestamente baixo e uma preocupante realidade que urge contrariar. Analisada de outra perspetiva, esta realidade é bastante mais crua: Portugal é autossuficiente em 100% durante três meses e totalmente dependente do exterior durante os restantes nove meses do ano!”

Jorge Neves – Presidente da Anpromis

Excetuando o estabelecimento de uma ajuda ligada à produção no atual PEPAC, que mais não serve do que para compensar parcialmente a quebra no Apoio ao Rendimento Base, decorrente do processo de convergência de direitos, até se atingir um valor unitário por direito/hectare de cerca de 80 euros em 2026, pouco ou nada mais foi implementado no âmbito da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais.

Estou convicto que a entrada em funções do XXIV Governo Constitucional e a abordagem que, necessariamente, terá de ser feita ao papel da agricultura e, concretamente, à importância do setor do milho na economia, na sociedade e no ambiente, criarão as condições para a manutenção e para o reforço de tão importante cultura para o nosso País.

Opinião retirada da Newsletter especial emitida pela Anpromis, no âmbito da celebração do 24 de abril, Dia Internacional do Milho.

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Disponível Newsletter da Anpromis com dados sobre a cultura do Milho e vários testemunhos