AlgaEnergy é uma empresa de biotecnologia dedicada ao cultivo de microalgas com aproveitamento integral dos seus produtos. Aproveitando mais de 50 anos de experiência científica, é pioneira no seu campo, tendo desenvolvido tecnologias específicas para levar o cultivo de diferentes espécies de microalgas à escala industrial e aproveitar todo o seu potencial, com desenvolvimento de produtos focados na agricultura sustentável. Atualmente, a empresa espanhola possui uma oferta de produtos que foi projetada e desenvolvida, em grande parte, com base na pesquisa liderada pelo professor Miguel García Guerrero, líder científico da empresa, doutor em biologia, catedrático, membro da Real Academia Sevilhana de Ciências (Espanha). Nesta entrevista, Miguel García Guerrero, no âmbito do 50º aniversário do início da sua pesquisa em microalgas, partilha todos os detalhes das vantagens das microalgas para procurar obter maiores rendimentos e melhor qualidade das colheitas, sem aumentar a área cultivável, ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental da agricultura atual, bem como na manutenção e melhoria da saúde e fertilidade dos solos.

O que o motivou a começar a pesquisar microalgas?

No início da minha carreira científica, realizei trabalhos com vários organismos. A vantagem essencial que encontrei nas microalgas é que estas são muito simples do ponto de vista estrutural, embora, do ponto de vista funcional, sejam análogas às plantas superiores complexas. Estes microorganismos fotossintéticos podem desenvolver-se com requisitos mínimos: luz e nutrientes inorgânicos simples, sendo excelentes modelos para o estudo e conhecimento da assimilação fotossintética dos diferentes nutrientes que as plantas utilizam.

Nas minhas pesquisas com microalgas, tive a oportunidade de entender como os fertilizantes nitrogenados entram na célula vegetal através da participação de proteínas transportadoras e como são modificados internamente pela ação de enzimas; em conjunto, como o carbono, o nitrogénio e o fósforo são assimilados fotossinteticamente, ao mesmo tempo que o oxigénio é liberado. Além disso, apreciei que nas microalgas se combinam propriedades típicas de plantas superiores – como a simplicidade dos requisitos nutricionais e uma eficiente fotossíntese oxigénica – com atributos biotecnológicos próprios de células microbianas, como o crescimento ativo em meios líquidos e a capacidade de acumular e/ou secretar alguns compostos bioativos de interesse comercial. Esta combinação particular possibilita o uso destes microorganismos fotossintéticos para fins aplicados e representa a base da Biotecnologia de Microalgas, que visa o desenvolvimento comercial de produtos e processos, desde a experimentação em laboratório até o mercado, com impacto em uma diversidade de setores. Dediquei a última fase da minha pesquisa à Biotecnologia de Microalgas, primeiro no setor académico e depois no empresarial, na AlgaEnergy.

Quais foram os momentos mais importantes destes 50 anos de carreira em pesquisa?

Num percurso longo, costumam ocorrer mais do que um marco de especial consideração. Mencionarei dois, um no âmbito da pesquisa básica e outro no da perspetiva aplicada. No plano básico, enquanto tentávamos entender em detalhe como as microalgas assimilavam carbono (CO2 ) e nitrogénio (nitrato). Através de uma experimentação cuidadosamente planeada, conseguimos identificar o elo que conectava esses dois processos, fazendo com que a assimilação do nitrogénio fosse dependente do carbono, determinando assim o acompanhamento de ambos os processos. Mediante a aplicação de um composto que inibe um passo intermediário da conversão de nitrogénio inorgânico em orgânico, conseguimos quebrar essa dependência e fundamentar a hipótese de trabalho que vínhamos formulando. Sucede então um momento muito especial na pesquisa; quando de repente vês com clareza, entendes algo que ninguém antes foi capaz de vislumbrar. Um momento pleno de emoção para um investigador.

E no âmbito da pesquisa aplicada, poder compreender as bases de atuação, os mecanismos de ação dos bioestimulantes da AlgaEnergy para a agricultura sustentável gerados a partir de microalgas. Estes produtos melhoram o rendimento e qualidade das colheitas. Vislumbrar como o bioestimulante exerce os seus efeitos a nível bioquímico, genético, afetando processos básicos da planta e a sua resistência à seca e outros stresses, como também altera a microbiota do solo, tem sido também um acontecimento especial, algo semelhante a uma revelação do oculto, que permite também prosseguir no desenvolvimento de novos produtos a partir da evidência científica (…).

Para mais informações, contacte através de info@algaenergy.com 

→ Leia a entrevista completa na Revista Voz do Campo: edição de maio 2024

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