Tratamento de pós-colheita no olival

O período após a fase de produção das plantas lenhosas, ou seja, o pós-colheita, pela sua importância, deveria ser considerado o início do ciclo da cultura e deveriam ser equacionados vários fatores para a obtenção de melhores resultados no ano que se segue.

Nas árvores caducifólias, é nesta fase, antes da abscisão foliar, que as folhas finalizam a sua fase vegetativa e que os nutrientes são translocados e armazenados nos órgãos de reserva, como nos caules e raízes, para que na primavera seguinte sejam remobilizados para dar origem a um novo ciclo.

No entanto, quer para decíduas, quer para perenes, a preparação do novo ciclo deverá passar pela fertilização e tratamentos de pós-colheita.

Antes do início da fase de dormência a fitossanidade e a fertilidade devem ser uma preocupação, de forma que sejam eliminadas fontes de inóculo e que seja realizada uma fertilização em que sejam aplicados os nutrientes necessários nesta fase.

Todo o processo de produção conduz a árvore a um stress que deverá ser mitigado pela aplicação de fertilizantes que permitam a existência de uma recuperação da árvore e de forma a que possa passar a fase de dormência bem nutrida e preparada para o abrolhamento e floração do ano seguinte.

As fertilizações de pós-colheita devem ter como objetivo a formação melhorada dos gomos florais e a constituição de melhores reservas nos caules e raízes. Para além disto, a sua realização conduz a uma melhoria do arranque da árvore na primavera seguinte e a uma diminuição da alternância, pela melhoria da indução floral. Em algumas culturas influi ainda num melhor atempamento, que se traduz num endurecimento da madeira. Para além destes fatores, a realização destes tratamentos pode também aumentar a resistência à geada precoce do início do período vegetativo.

Em termos nutricionais, dois dos elementos mais importantes para a fertilização nesta fase são o boro e o zinco.

O boro (B) é um elemento que aplicado numa fase de pós-colheita determina melhores florações e melhores vingamentos, com melhorias na germinação do pólen, no crescimento do tubo polínico e na divisão celular.

A sua carência, no entanto, provoca irregularidades no crescimento e na floração, no que toca à polinização e ao vingamento do fruto.

O zinco (Zn) por sua vez é um elemento que influi na produção de clorofila e na síntese de hormonas de crescimento da planta.

A aplicação neste nutriente na fase de pós-colheita melhora a diferenciação floral e auxilia na acumulação de reservas para o ano seguinte.

De um ponto de vista de proteção fitossanitária a fase de pós-colheita é também uma fase muito importante, dado que, muitas vezes a colheita provoca feridas que podem ser porta de entrada para agentes patogénicos.

Para além disto, em culturas caducifólias é também uma fase em que existe a possibilidade de eliminação de fontes de inóculo de fungos e consequentemente da existência de menor pressão da doença no ano seguinte, pelo que todos estes fatores deverão ser tidos em consideração na preconização destes tratamentos.

A aplicação de indutores de defesa também prepara a planta para resistir a fatores abióticos, como o frio e o stress. Para além disto, a aplicação deste tipo de produtos melhora a imunidade das plantas.

A realização destes tratamentos deve ser efetuada antes da queda das folhas, encontrando-se estas ainda verdes e em plena atividade vegetativa. O final do ciclo vegetativo é um período de absorção importante e os nutrientes absorvidos permanecem armazenados nos órgãos de reserva.

Em árvores perenes a aplicação deve ser realizada antes do repouso invernal.

Desta forma, o tratamento pós-colheita no olival é cada vez mais importante quer no olival altamente tecnológico, quer no tradicional.

Atualmente existem vários fungos e bactérias oportunistas na cultura do olival, muitos instalam-se nas árvores através de feridas, por vezes produzidas pela colheita mecanizada e/ou pelas podas mecânicas.

Estas doenças que cada vez mais afetam a oliveira, como é o caso da bactéria Pseudomonas (Tuberculose) e dos fungos Verticilium e Phythophthora, entre outros patógenos.

A realização deste tratamento no olival vai concretamente melhorar a sua imunidade e significativamente a sua resposta na saída do repouso invernal e na fase da floração.

Soluções Fitolivos:

MIKROVIT® BORZIN TURBO

Este produto é um fertilizante cristalino solúvel em água destinado ao fornecimento simultâneo de zinco e boro.

A aplicação deste produto permite:

Aumentar a resistência ao Inverno e do potencial de rendimento das culturas;
Fornecer eficazmente boro e zinco antes do período de dormência;
Melhorar as condições dos botões florais das plantas.

Este fertilizante possui a tecnologia INT (Innovative Nutrient Transfer), que melhora significativamente a eficácia, taxa de assimilação e transferência de boro (11%) e zinco (5%) na planta.

O fertilizante é destinado à fertilização foliar, principalmente antes do período de dormência das árvores de fruto. O zinco presente no produto melhora a condição e a robustez invernal dos botões e o boro acumulado nas partes lenhosas das plantas é usado imediatamente após o início do crescimento. Ao mesmo tempo, estimula a síntese de auxinas e regula a sua ação.

LIGNOMIX

O Lignomix é uma mistura de extratos vegetais com nutrientes selecionados tais como cobre, zinco e manganês, que se encontram complexados com lignosulfonato de alumínio, o que lhe confere propriedades estimuladoras de fitoalexinas.

As fitoalexinas são compostos antimicrobianos que se acumulam nas zonas envolventes à infeção, sendo tóxicas para um largo espectro de fungos e bactérias patogénicas.

Sendo um produto complexado com lignosulfonato de alumínio, estimula as substâncias naturais de defesa, fitoalexinas e polifenóis, as quais entram na autodefesa da planta.

O Lignomix é facilmente assimilável pelas folhas, ramos e raiz e possui uma forte sistemia ascendente e descendente na planta.

O efeito acumulativo que se obtêm pela realização de várias aplicações melhora consideravelmente o resultado de autodefesa por parte da planta, por parte dos metabolitos secundários.

GLOPPER

É um corretor orgânico de cobre, complexado com ácido glucónico, o agente complexante mais específico para este metal.

O Glopper é 100 % complexado para prevenir e corrigir de maneira mais rápida e eficaz estados de carências e desequilíbrios ou deficiência na assimilação do cobre.

O cobre presente no Glopper atua como catalisador de numerosas reações enzimáticas, formando parte do grupo de numerosas proteínas, assim como catalisador do sistema de transporte de eletrões na fotossíntese.

O Glopper favorece a utilização e a assimilação do azoto bem como a síntese de proteínas por parte das plantas. O Glopper contém cobre (Cu) complexado a 5,5 % (p/p).

O Glopper intervém na produção de fitoalexinas e na síntese de lignina, o que aumenta a capacidade de conferir a autodefesa, já anteriormente referida. O ácido glucónico pertence ao grupo dos ácidos polihidroxicarboxilicos, o que apresenta uma grande solubilidade nos fluidos biológicos e é totalmente biodegradável na planta e no solo.

Devido à sua capacidade sistémica, tem a capacidade de se incorporar de uma forma imediata no sistema vascular, protegendo as células das paredes interiores dos vasos condutores da seiva.

Sendo de natureza orgânica e concebido para aplicação foliar, pela sua natureza sistémica o Glopper garante a translocação do elemento cobre a todas as partes da planta.

Estes produtos podem ser aplicados em conjunto, de forma a potenciar os resultados e logo após a colheita.

A combinação destes produtos resulta numa excelente solução para resolver a maioria das questões da cultura do olival, no pós-colheita respeitando a biodiversidade, uma vez que se trata de produtos de ‘Resíduo 0’. Este programa permite obter árvores mais fortes e sãs, com mais defesas e com reservas nutricionais que lhe permitam obter uma melhor produção no ano seguinte, mitigando igualmente a alternância.