A Casa Relvas, conhecida pela sua forte presença no setor vitivinícola, tem vindo a reforçar o seu posicionamento na fileira do azeite. A aposta na olivicultura surge como uma extensão natural da sua ligação ao território e aos produtos típicos do Alentejo.
“O ADN da Casa Relvas, tendo o core business no vinho de há 20 anos para cá, não deixa de ser o Alentejo, os produtos típicos e mais reconhecidos da região”, afirma Henrique Herculano, em representação da empresa. Com sede em São Miguel de Machede, no concelho do Redondo, a Casa Relvas assumiu a diversificação como estratégia. “O olival surgiu como um investimento natural e o investimento no lagar vem na sequência da plantação de olivais”, refere.

A empresa já conta com uma produção significativa. “A evolução natural dos negócios levou a que o lagar tenha já uma quantidade processada bastante razoável e o azeite embalado comece também a ganhar o seu peso e a acompanhar o vinho já numa parte das expedições”, carateriza Henrique Herculano.
Perante este contexto, a estratégia da empresa assenta na qualidade e na eficiência.
“Basicamente, o que procuramos é trabalhar com eficiência, trabalhar com qualidade, e a partir daí o caminho faz-se por si próprio. Se o produto tiver qualidade e se nós trabalharmos bem com eficiência, as oportunidades surgem e a estratégia vai-se desenhando sozinha”, clarifica.
Outro elemento distintivo é a abertura ao mercado e às tendências dos consumidores. “Temos uma equipa comercial muitíssimo ativa”, revela Henrique Herculano.
O olival da Casa Relvas assenta maioritariamente em sebe.
“Esmagadoramente, olival em sebe, o chamado superintensivo. É um investimento recente, os olivais da Casa Relvas têm 5, 6 anos. Empresarialmente, e sobretudo a uma escala minimamente razoável, não faria qualquer sentido investir em sistemas de condução em que uma coisa tão simples como seja a colheita não esteja assegurada”, afirma.
Atualmente, a Casa Relvas explora 300 hectares de olival próprio, mas está em franco crescimento.
“Estamos em processo de plantação de mais de 250. Em dois ou três anos estaremos a laborar a azeitona de 550 hectares de olivais próprios”, afirma ainda.
Já a proximidade com Espanha é inevitável, trazendo tanto desafios como oportunidades. “Como em tudo na vida, há vantagens e há inconvenientes. As vantagens são: podemos ter acesso a soluções tecnológicas, a fornecedores, a consultadoria, a benchmarking, a inspiração e até relações diretas com o setor em Espanha”, sublinha.
Henrique Herculano destaca ainda a modernidade do setor português: “Os olivais e lagares do Alentejo, os mais recentes, são consensualmente considerados os mais eficientes e modernos do mundo”.
Contudo, a influência do país vizinho é determinante na formação de preços. “A bolsa de Jaén, que é uma região que, se fosse um país, era o maior produtor do mundo (…) é a bolsa que serve de referência para a esmagadora maioria das transações comerciais. (…) As transações comerciais de azeite embalado também têm uma dependência desta bolsa”, vinca.
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