A alimentação saudável, na qual se inclui a dieta mediterrânica, é cada vez mais adotada pelos consumidores pela sua associação ao consumo de alimentos benéficos para a saúde e menos processados, como os produtos hortícolas frescos.

Nos últimos anos, a procura de rúcula adquiriu importância económica crescente, registando-se uma forte expansão da área de cultivo e do número de produtores a nível mundial, incluindo Portugal.

São produzidas duas espécies principais de rúcula para comercialização, a rúcula cultivada (Eruca sativa Miller) e a rúcula selvagem (Diplotaxis tenuifolia (L.) DC.), tendo a última maior valor comercial. Hortícolas de folhas tipo “baby leaf”, ambas as espécies pertencem à família Brassicaceae. A rúcula selvagem é nativa dos países da bacia do Mediterrâneo, bem como da Índia, Paquistão e Nepal. É produzida maioritariamente na Europa, América do Norte e Austrália, sendo reconhecida pelos consumidores pela forma distinta e muito recortada das folhas. O seu sabor amargo e picante é muito apreciado e resulta da presença de um elevado teor em glucosinolatos. Apesar de designada como “rúcula selvagem”, é discutível se esta será a mais selvagem das duas espécies, dada a forte seleção a que tem vindo a ser sujeita em múltiplos programas de melhoramento.

O míldio na rúcula selvagem é uma doença epidémica causada pelo oomiceta Hyaloperonospora spp., que representa uma ameaça à produção desta hortícola e induz elevadas perdas de rendimento aos produtores. Os oomicetas são um vasto grupo de microrganismos que causam doenças foliares graves conhecidas por míldios. Apesar de se assemelharem aos fungos no modo de crescimento e nutrição, os estudos moleculares e as características morfológicas mostraram que os oomicetas são taxonomicamente distintos e são filogeneticamente distantes dos fungos.

A legislação atualmente adotada na Europa limita o uso e registo de novos pesticidas, tendo como meta reduzir a aplicação de produtos de síntese. Nesse quadro há necessidade de desenvolver estratégias de Modo de Produção Integrado (MPI), menos dependentes do controlo químico (…).

→ Leia o artigo completo na edição de junho de 2021

Autoria: Paula S. Coelho1 ,Ana L. Pereira1 , Corina Carranca1 , Paula Scotti1 , Carlos Gaspar2 , Violeta Lopes2 , José Leitão3

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIAV, IP), Avenida da República, 2780- 505 Oeiras 2 INIAV/BPGV, Quinta de S. José, S. Pedro de Merelim, 4700-859 Braga 3 Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro

Subscreva a Revista Voz do Campo e mantenha-se atualizado todos os meses: