PortugAlmond Info. (outubro 2023)

A Portugal Nuts juntamente com os seus associados e o CNCFS – Centro Nacional de Competências dos Frutos emitem neste artigo, algumas notas onde pretendem divulgar informação de interesse sobre a evolução da cultura da amendoeira, nas suas fases-chave, para as regiões mais produtivas do país, de acordo com:

ESTADO DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA 

Estando praticamente encerradas as operações de colheita, espera-se um aumento da produção nacional, por via da entrada em plena produção de plantações ocorridas na última década.
Ainda sem dados finais, o INE (Previsões agrícolas, 18 agosto) estima um aumento da produção de 15% em relação à campanha anterior. Este valor pode ser ultrapassado e o aumento pode ser superior a 20%, atingindo 20.000t de miolo de amêndoa.

1) TRÁS-OS-MONTES:

Campanha na sua fase final;

Estima-se que a produção supere largamente a do ano anterior;

As condições climatéricas favoreceram a floração e o vingamento dos frutos e as precipitações, em finais de maio e início de junho, ajudaram ao seu desenvolvimento;

Rendimento a descasque apresenta-se mais baixo que na campanha anterior.

COMPARAÇÃO COM CAMPANHA ANTERIOR:

  • A forte redução da produção em 2022 deveu-se à ocorrência de geadas na floração, o que não se verificou na presente campanha;
  • Preço da amêndoa mais baixo e aumento de alguns fatores de produção.

2) BEIRA INTERIOR

O período de colheita, ficou alinhado com o do Alentejo, tendo havido adiantamentos nalgumas zonas;

A disponibilidade de máquinas e equipamentos de colheita evitou constrangimentos, tendo a colheita decorrido com normalidade;

As chuvas do final de agosto atrasaram ligeiramente o final das operações de colheita mas sem a terem comprometido;

Nas plantações de regadio, sem restrições de rega, alguns produtores reportaram maiores calibres e rendimentos do que os que se conhecem na região do Alentejo e significativamente maiores que nas maiores regiões produtoras de Espanha.

COMPARAÇÃO COM CAMPANHA ANTERIOR:

  • Maior número de frutos, mas com calibres mais pequenos, o que levou a produtividades semelhantes;
  • Produção da região em crescimento à medida que os novos amendoais plantados entre 2018-2021 entram em produção e amadurecem;
  • Colheita mais bem gerida por haver mais experiência na região em como desempenhar a mesma, em pomares modernos.

3) RIBATEJO

Colheita em conformidade com o esperado, apesar da falta de prestadores de serviços vocacionados para a colheita e das condições meteorológicas, que dificultaram a programação;

A falta de horas de frio em dezembro e janeiro, levou ao abortamento e queda de flores, com considerável perda de produção, tendo ficado muito aquém do expectável;

Ligeiro aumento do volume produzido, devido ao início de produção de alguns dos pomares mais jovens;

Em termos gerais obtiveram-se bons calibres, estando os pomares em bom estado fitossanitário.

COMPARAÇÃO COM CAMPANHA ANTERIOR:

  • De modo geral, denotou-se algum antagonismo nos resultados, esperando-se um aumento de produção nos pomares adultos o que não se verificou;
  • Melhoria dos calibres;
  • “A quebra de produção aliada à descida significativa do preço de venda, resulta num mau ano agrícola, incrementando assim o desinvestimento no setor.

4) ALENTEJO

A colheita decorreu a bom ritmo, tendo começado no início de agosto, cerca de 10-15 dias mais cedo do que em anos anteriores, e terminado no final de setembro, na maioria dos amendoais;

Em geral a qualidade da amêndoa é boa, por comparação com o resto da Península Ibérica, com o miolo de amêndoa bem formado e são;

As produtividades em alguns casos ficaram abaixo do esperado.

COMPARAÇÃO COM CAMPANHA ANTERIOR:

  • As características deste ano agronómico levam a que as amêndoas estejam mais pequenas e com menor peso específico do que em anos anteriores;
  • A produção total deve ser superior à do ano anterior, suportada pelo efeito da entrada em produção de novas áreas;
  • Economicamente, os produtores veem as suas margens mais comprimidas, devido a preços historicamente baixos e a um ano agronómico que limitou o potencial produtivo.

5) ALGARVE

Os amendoais estão muito envelhecidos e associados à agricultura familiar, normalmente em pomares tradicionais de sequeiro mistos (com alfarrobeiras e oliveiras);

Continuam a predominar as variedades tradicionais portuguesas;

A precocidade destas variedades fez com que a boa floração se visse afetada pelas baixas temperaturas do mês de janeiro.

COMPARAÇÃO COM CAMPANHA ANTERIOR:

  • Produção mais baixa que em 2022;
  • Abandono de alguns amendoais devido ao envelhecimento dos produtores.

CONCLUSÕES FINAIS

As expetativas com esta campanha podem resumir-se, de forma simples, do seguinte modo:

 

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